Waack: Crise de alimentos nos obriga a olhar a situação militar na Ucrânia
Produção ucraniana deixa o país pelo Mar Negro em uma área que, hoje, está minada e bloqueada
A Organização das Nações Unidas (ONU) acionou um alarme dramático sobre o que é chamada de maior crise de alimentos – portanto, a maior crise de fome – em escala planetária nas últimas décadas. Essa crise começou ainda antes da pandemia e explodiu com a Guerra na Ucrânia.
O Programa Mundial de Alimentos da ONU, que fornece comida a 125 milhões de pessoas, compra 50% de seus grãos na Ucrânia. Por esse motivo, a crise nos obriga a olhar situação militar na Ucrânia – em particular, no Mar Negro, onde os russos fazem um bloqueio de acesso aos portos ucranianos. Kiev, por sua vez, estabeleceu uma zona minada nessas águas.
Ou seja: a produção ucraniana sai do país por uma área que, hoje, está minada e bloqueada ao mesmo tempo.
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) teria condições de escoltar navios carregando trigo para fora do Mar Negro, mas, para isso, teria que atacar a Marinha russa, mesmo que em águas internacionais – um confronto que teria consequências imprevisíveis.
Os russos dizem que talvez possam suspender o bloqueio no Mar Negro caso as sanções ações contra Moscou também fossem suspensas. Cresce a pressão internacional para que a Otan faça algo. Traduzindo: o perigo da escalada militar em terra está no mar também.