Waack: Mundo vai nos julgar por fatos, não pelas palavras do presidente
Fatos é que o Brasil estava na contramão das políticas ambientais e das políticas que reforçavam sistemas multilaterais; mudança depende de atos concretos de política externa
No quadro CNN Poder desta terça-feira (21), na CNN Rádio, William Waack fala sobre as expectativas para discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York.
“É tradição, o Brasil sempre abre todo ano a Assembleia-Geral das Nações Unidas. A expectativa lá fora em relação ao nosso presente é muito baixa – para falar a verdade, ninguém leva ele muito a sério”, disse Waack.
Ele afirmou que o presidente brasileiro conseguiu se colocar numa situação de pária internacional – e parece até gostar dessa condição.
“Aí, acontecem em coisas como em Nova York nesses dois dias nos quais ele está lá: não pode é um restaurante porque não se vacinou; restaurantes abrem ali um puxadinho na rua para ele poder comer”, destacou.
Waack também relembrou que há muitos anos todos os discursos feitos nas Nações Unidas são feitos para as próprias audiências dos líderes. Ou seja, Bolsonaro deve falar para quem já é seu público habitual.
“E o resto do mundo, o que acha da gente? O resto do mundo vai nos julgar por fatos e não por palavras, quaisquer que sejam as que o presidente brasileiro deixe registrado na Assembleia-Geral das Nações Unidas”, apontou.
“O fato é que o Brasil estava na contramão até aqui das políticas ambientais. Estava na contramão das políticas que reforçavam sistemas multilaterais. Se isso vai mudar depende não só de palavras, mas de atos concretos de política externa.”