Acusados de matar Marielle e motorista irão a júri popular
Ronnie Lessa e Élcio Queiroz serão julgados pelo homicídio da ex-vereadora e do motorista Anderson Gomes
A Justiça do Rio de Janeiro determinou nesta terça (10) que Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de matarem a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, vão a júri popular.
Na decisão, o juiz Gustavo Kalil, da 4ª Vara Criminal, alega que os ex-policiais agiram por “motivo torpe, armando uma emboscada e dificultando a defesa das vítimas”. Lessa e Queiroz respondem por homicídio triplamente qualificado e estão presos preventivamente desde março de 2019.
À CNN Brasil, os advogados dos réus disseram que recorrerão da decisão. Ainda não há data prevista para o julgamento.
O assassinato da ex-vereadora completa dois anos no próximo sábado (14) e as investigações ainda não foram concluídas. A principal suspeita é de que o crime teve motivação política.
Relembre o caso
Marielle Franco foi a quinta mais votada nas eleições de 2016 no Rio. Defensora de causas ligadas aos direitos humanos, suas principais frentes eram o amparo a jovens moradores de favelas e denúncias de violência policial em áreas de atuação das milícias cariocas.
Foi assassinada aos 38 anos, quando saia de um evento na região do Centro do Rio. A arma do crime, uma submetralhadora de uso restrito às polícias e Forças Armadas no Brasil, ainda não foi encontrada.
Em março de 2019, o sargento reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz foram presos, suspeitos da execução do crime. Segundo o inquérito policial, Lessa fez os disparos e Queiroz conduziu o carro envolvido no crime.
No dia das prisões, a polícia encontrou 117 fuzis que Lessa escondia na casa de um amigo. Além do armamento, 500 munições, três silenciadores e R$ 112 mil em dinheiro foram apreendidos. Lessa morava no mesmo condomínio em que o presidente Jair Bolsonaro mantém uma casa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
O outro suspeito, Élcio Queiroz, foi expulso da corporação em 2016, acusado de trabalhar ilegalmente como segurança de casas de jogos de azar, em paralelo à atuação como policial.
Ambos negam participação no crime.