Agência emite alerta sobre alta do coronavírus em esgotos do DF e outras 4 capitais
Não há evidências de que material genético presente nas redes contenha o vírus infeccioso
A Rede Monitoramento Covid Esgotos, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), emitiu um alerta nesta quinta-feira (27) sobre o aumento expressivo da carga do novo coronavírus nos esgotos do Distrito Federal, de Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza e do Recife.
A concentração do vírus entre os dias 16 e 22 de janeiro superou números registrados na primeira semana de 2022, que já estavam elevados em todas as cidades monitoradas.
Apesar de não haver evidências de que o material genético encontrado nos esgotos contenha o vírus ativo e infeccioso, o aumento de sua concentração é reflexo da elevação dos casos de Covid-19 pelo país.
Em Belo Horizonte (MG), foi registrada, entre 16 e 22 de janeiro, a maior carga viral desde o início do monitoramento na cidade, em abril de 2020. Foram identificados 622 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes.
Situação semelhante no Distrito Federal, onde a carga viral da semana foi a segunda maior da história, com 2,549 trilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes.
O volume é mais de quatro vezes superior ao registrado na primeira semana epidemiológica deste ano, que chegou a 608 bilhões de cópias.
Na capital paranaense, Curitiba, a carga do novo coronavírus bateu recorde: um total de 967 bilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes. O marco ocorre em meio a altas sucessivas da concentração do vírus na cidade.
O mesmo ocorreu em Fortaleza (CE), com recorde de 2,96 trilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes. O número mais que triplicou em relação à primeira semana de 2022.
O Recife (PE) também atingiu, entre os dias 16 e 22 de janeiro, a maior concentração do coronavírus desde o início do monitoramento, com 81 bilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes.
Em meio à piora no cenário das capitais monitoradas, a recomendação da Agência Nacional de Águas é de que “as medidas de prevenção e controle para a redução da disseminação do vírus causador da pandemia devem ser mantidas em todas as cidades monitoradas”.
Segundo a agência, os dados gerados a partir dos esgotos servem como uma “ferramenta auxiliar de vigilância epidemiológica da Covid-19”, com tendências espaciais e temporais de circulação do vírus”, o que pode auxiliar na tomada de decisão pelos órgãos de saúde.