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    Área de buscas de Brumadinho era de 5 km; a nossa é de 40 km, diz comandante do RS

    Em entrevista à CNN, tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Militar conta que uma vítima foi encontrada próxima a Porto Alegre, arrastada pelo rio, a mais de 100 quilômetros de sua cidade de origem

    Duda CambraiaManoela CarlucciJuliana Eliasda CNN , em São Paulo

    Os bombeiros estão trabalhando há uma semana nas cidades e comunidades das margens do rio Taquari, no Rio Grande do Sul, e estão, agora, em fase de buscas pelas mais de 40 pessoas que ainda seguem desaparecidas após o ciclone e chuvas recordes que devastaram dezenas de municípios gaúchos.

    Como o Taquari tem águas fortes, o nível delas subiu com as tempestades e o trajeto de rio é longo, a área atingida e onde pode haver vítimas é extensa, o que torna o trabalho de buscas por corpos e sobreviventes especialmente difícil, conforme explicou à CNN o tenente-coronel Daniel Dalmaso Coelho, comandante do 6º Batalhão de Bombeiro Militar do RS.

    “A nossa área de busca é muito grande. As equipes que atuaram em Brumadinho tinham uma área [de buscas] de 5 quilômetros. Só de Muçum, pelo rio, a Roca Sales, são mais de 40 [quilômetros]”, disse ele.

    Muçum e Roca Sales são dois dos primeiros municípios do curso do rio Taquari e foram os mais atingidos pelas enchentes, com os maiores danos e também os maiores números de vítimas e desaparecidos.

    “A distância é curta, mas o rio dá muita volta. Então temos 40 quilômetros de área, perto do rio, com características de lodo semelhantes a Brumadinho.”

    A entrevista completa pode ser vista no vídeo acima.

    Rio arrastou corpo por mais de 100 km

    De acordo com ele, uma das 46 vítimas já confirmadas, desaparecida na região de Muçum, chegou a ser encontrada a mais de 100 quilômetros dali, próxima a Porto Alegre, já no rio Guaíba, para onde corre o curso do Taquari.

    Curso do rio Taquari, no Rio Grande do Sul / Arte CNN

    “Isso dá uma dimensão da força [do rio] e da área” que as equipes de busca terão que percorrer buscando pelos desaparecidos, disse o tenente-coronel.

    “Existe a possibilidade de que aconteça. Se já aconteceu, a gente trabalha com essa possibilidade.”

    De acordo com o comandante, o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul está trabalhando com todo seu contingente e também com apoio de outros estados.

    As buscas estão sendo feitas por terra, com homens acompanhados de cães treinados, e também por aeronaves e embarcações, para chegar às áreas de acesso mais difíceis, principalmente nas comunidades ribeirinhas fora das áreas urbanas.

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