Baixa visibilidade, colisão e incêndio: entenda queda de avião no Pantanal
Arquiteto chinês Kongjian Yu foi uma das vítimas; aeronave já havia sido apreendida

O avião que levava dois cineastas, um piloto e o arquiteto chinês Kongjian Yu bateu em uma árvore e pegou fogo ao tentar uma aterrisagem em local com baixa visibilidade. As condições que causaram o acidente foram explicadas pela delegada Ana Cláudia Medina, diretora da DRACCO (Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) e responsável por investigar o caso.
Às 18h03, o piloto tentou aterrissar pela primeira vez, mas — desalinhado à pista por falta de visibilidade — arremeteu. A aeronave fez o contorno e tentou pousar novamente, mas a 300 metros da pista se chocou com uma árvore de cerca de 20 metros de altura.
A aeronave, que estava abastecida na hora da colisão, "acabou incendiando e levando todos a óbito", explicou a delegada em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
Já fazia uma semana que eles viajavam para gravar imagens do bioma. Neste dia, terça-feira (23), o piloto levou a equipe para conhecer três fazendas do Pantanal. Ao final da tarde, o piloto voltou para deixar os três homens no local onde estavam hospedados.
Segundo Medina, o avião modelo Cessna 175, fabricado em 1958, já havia sido apreendido em uma operação em 2019 devido a uma série de irregularidades. Em 2022, a aeronave foi autorizada a operar novamente, mas não tinha permissão para prestar serviço de táxi aéreo, nem para realizar voos noturnos.
A delegada explica que o piloto não poderia mais voar naquele horário. A pista só poderia operar até às 17h39.
Djalma Silveira, advogado e amigo do piloto disse que Marcelo amava a aviação, natureza e os amigos, e que era um profissional exemplar.
O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) segue investigando o caso.