Bióloga: Assim como na pandemia, negacionismo climático causa perda de vidas
Relatório divulgado hoje aponta que o aquecimento do Ártico pode influenciar os eventos climáticos extremos em todo o mundo
Um relatório do Grupo Consultivo para a Crise Climática, divulgado nesta quinta-feira (29), apontou que o aquecimento do Ártico pode influenciar, e muito, os eventos climáticos extremos em todo o mundo.
Dados coletados mostram que, nos últimos 30 anos, a região aqueceu a uma taxa três vezes mais rápida do que a média global.
Em entrevista à CNN, Mercedes Bustamante, porta-voz do estudo, bióloga e professora do departamento de ecologia da Universidade de Brasília (UnB), afirmou que tanto o negacionismo na questão da mudança do clima como na pandemia de Covid-19 causam perdas de vidas.
“Os fatos acabaram se sobrepondo a esse discurso [negacionista], e infelizmente esses fatos representam perdas de vidas humanas”, disse.
Além disso, Bustamante também reiterou que a influência humana sobre o sistema climático é “inequívoca”.
“Nós temos fatores de variabilidade natural do sistema climático, mas muitos desses eventos hoje não são explicados sem a inclusão da atividade humana”, esclareceu a bióloga.
Segundo Bustamante, as emissões de gases de efeito estufa, associadas ao desmatamento, têm um impacto que modifica vários aspectos importantes e um deles é a situação do Ártico.
“Nós precisamos atuar muito rapidamente. É preciso senso de urgência e precisamos atuar de forma drástica alterando nossos sistemas sociais, econômicos e produtivos para lidar com a situação. Ao mesmo tempo, trabalhar a redução das emissões de gases de efeito estufa e nos adaptar às situações como essa de eventos extremos.”