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    Características da aeronave indicam que houve perda de sustentação, diz perito

    Segundo consultor aeronáutico, piloto que conduzia voo de Marília Mendonça estava abaixo do nível preconizado de voo

    Produzido por Ludmila Candal e Juliana Alvesda CNN , em São Paulo

    A Força Aérea Brasileira (FAB) começou a investigar as razões do acidente que matou a cantora Marília Mendonça e parte de sua equipe. Segundo o consultor aeronáutico Roberto Peterka, perito em acidentes aéreos, algumas fotografias da aeronave, que caiu a 3 km do aeroporto de Caratinga, cidade onde a cantora faria um show, demonstram que houve perda de sustentação.

    “Ele basicamente perdeu a sustentação de voo e, nesse caso, o piloto perde os comandos de voo dele. Os comandos não têm atuação.”

    Peterka enfatizou que, até que a investigação chegue ao final, todas as hipóteses estarão em aberto. “O nariz do avião está intacto. A estrutura dele está praticamente intacta. Apenas com deformações nas asas que indicam que ele veio de cima para baixo, nessa mesma posição, apenas em giro. A cauda, na parte de trás, tem uma pequena torção, o que caracterizaria uma queda acentuada e uma leve girada. Tudo isso acaba indicando que ele teve uma perda de sustentação”, explica.

    O papel da investigação, portanto, será o de identificar os motivos que levaram a essa perda de sustentação, acredita Peterka. “A investigação pode ver se houve um erro de instrumento ou se aconteceu alguma emergência que obrigou o piloto a baixar do nível preconizado de voo.”

    Sobre este limite de altura, o perito diz que, pela legislação brasileira, “em cima de área desabitada, o avião tem que estar 300 pés — cerca de 100 metros — acima do obstáculo mais alto”. Portanto, a aeronave com a cantora e sua equipe deveria estar 100 metros acima da torre com os cabos de alta tensão. “As causas que levaram ele vir mais baixo é que não se sabe.”

    Peterka narrou um possível movimento para a aeronave. Ele diz que a colisão com cabos de aço que sustentam as torres “foi o fator preponderante para o acidente”. Segundo ele, a partir dali o piloto poderia ter perdido totalmente o controle sobre o avião.

    “Tudo indica que ele caiu verticalmente e com grande impacto no solo. Aparentemente é isso que indica. Porque não há rastro. Não tem nenhum outro ponto que ele colidiu, não tem uma árvore, não tem nada. Ele desceu, com alto impacto, devido à perda de sustentação e, consequentemente, a perda de controle dos pilotos sobre ele.”

    Cemig diz que torre de distribuição atingida pelo avião de Marília Mendonça está fora de área de proteção do Aeródromo de Caratinga
    Cemig diz que torre de distribuição atingida pelo avião de Marília Mendonça está fora de área de proteção do Aeródromo de Caratinga / Foto: Cemig

     

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