Deputados debatem se governo deve rever lei sobre porte de armas após chacina em MT
José Medeiros (PL-MT) e Guilherme Boulos (PSOL-SP) debatem tema que ganhou fôlego após chacina no município de Sinop, no Mato Grosso (MT)
Em painel promovido pela CNN neste sábado (25), os deputados José Medeiros (PL-MT) e Guilherme Boulos (PSOL-SP) debatem se o governo federal deve rever a legislação sobre venda e posse de armas no país.
O tema ganhou fôlego após dois homens matarem sete pessoas — incluindo uma adolescente de 12 anos — no município de Sinop, no Mato Grosso (MT), após uma partida de jogo de sinuca.
A dupla, formada por Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, e Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, perdeu uma quantia considerável de dinheiro e, após ser alvo de piadas, colocaram as vítimas contra uma das paredes do estabelecimento e dispararam com uma pistola .380 e uma espingarda calibre 12.
Edgar, que se entregou à polícia na última quinta-feira (23), era CAC (colecionador, praticante de tiro esportivo ou caça) e ostentava armas nas redes. Já Ezequias morreu na véspera em confronto com policiais locais.
Os deputados divergiram sobre a ideia de restringir a venda e posse de armas no país.
Guilherme Boulos disse que “é evidente que a flexibilização de armas no Brasil trouxe mais violência, como aliás traz no mundo todo”.
“A ideia de que mais armas representam mais segurança é totalmente falsa e já foi desmentida por pesquisas sérias ao redor do mundo com dados incontestáveis”, afirmou o deputado do PSOL.
“Os Estados Unidos, conhecidos por legislações estaduais mais flexíveis na posse de armas, têm uma média de homicídios por armas de fogo cerca de 25 vezes maior do que nos demais países desenvolvidos. E nós vimos que, nessa tragédia, não por acaso protagonizada por um militante bolsonarista, a arma de fogo foi usada para violência, não para garantir segurança.”
Já José Medeiros afirma que a “legislação brasileira é uma das mais draconianas em relação a armamento” e que o “Brasil tem um controle muito sério em relação a isso”.
“Gostaria de fazer um debate que não demonize categorias e pessoas que não estão nessa discussão da seara política. Para que alguém se torne CAC, demora quase dois anos e o registro é feito pelo Exército”, disse ele.
“Não é verdade que mais armas trazem mais violência, isso é de cada pessoa. Eu trabalhei com arma a vida inteira e estou do lado ideológico do Bolsonaro. Isso significa que só porque sou bolsonarista e mexo com armas tenho que sair assassinado pessoas? O revogaço atende à plataforma eleitoral.”