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    Deputados debatem se presos devem ter direito à visita íntima em presídios

    Tema ganhou fôlego após uma crítica do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à decisão da Justiça que suspende a proibição de visitas íntimas em presídios do estado

    Tamara NassifThiago FélixCarol Raciunasda CNN , em São Paulo

    Em painel promovido pela CNN neste domingo (26), os deputados Glauber Braga (PSOL-RJ) e Alberto Neto (PL-AM) debateram se presos devem ter direito a visitas íntimas em presídios.

    O tema ganhou fôlego após uma crítica do governador de GoiásRonaldo Caiado, à decisão da Justiça que suspende a proibição de visitas íntimas em presídios do estado. Ele chegou a questionar se se tratam de “prisões ou motéis”.

    “Agora tenho que deixar de fazer vaga para criminoso de Goiás para fazer quarto de motel para visita íntima”, disse o mandatário durante entrevista coletiva na última quinta-feira (23). Ele também afirmou que as visitas são “regalias” e não um direito.

    Para o deputado Glauber Braga, a medida é inconstitucional e “não tem efeito concreto na diminuição dos índices de violência”.

    “A pessoa que está em uma unidade prisional perde o direito à liberdade, mas não perde o conjunto dos outros direitos. E mesmo para aqueles que acreditam na ressocialização, como Ronaldo Caiado algumas vezes disse acreditar, não se pode querer romper com os vínculos familiares de uma pessoa que está em unidade prisional”, afirmou o psolista.

    “Isso é, na verdade, uma tentativa de ganhar a popularidade que Jair Bolsonaro teve. Caiado quer fazer um discurso para uma base bolsonarista, já pensando nas eleições de 2026. Minha posição é a mesma da OAB de Goiás, que recorreu da decisão.”

    O deputado Alberto Neto discorda da posição do colega de profissão e concorda com o que disse o governador de Goiás.

    “Qual é a prioridade do estado? Saciar a vontade sexual dos presos? A prioridade tem que ser colocar o preso para trabalhar. Quando pensamos em ressocialização, é colocar o preso para trabalhar, estudar. Precisamos construir salas de aula, galpões de atividade industrial para que o preso saia do sistema penitenciário com uma profissão, e não construir motéis dentro do presídio. Isso é inaceitável”, disse ele.

    “A lei de Execução Penal não deixa explícita a questão da visita íntima. Isso mostra muitas vezes que as facções criminosas estão comandando o sistema penitenciário no país em diversos lugares.”

    Confira o debate na íntegra no vídeo acima.

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