Em delação, Élcio detalhou rota de fuga após assassinato de Marielle; PF rastreou táxi utilizado pela dupla

Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta segunda-feira (24), Maxwell Simões Corrêa, ex-bombeiro suspeito de participação no crime

Lucas Schroeder, da CNN, em São Paulo
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O ex-policial militar Élcio Queiroz, preso em 2019 suspeito de participação nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, detalhou em delação premiada a rota de fuga utilizada junto a Ronnie Lessa após o crime.

De acordo com o delegado da Polícia Federal (PF) Guilhermo Catramby, a PF rastreou um táxi utilizado pela dupla no momento da fuga. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (24), Catambry detalhou a rota de fuga utilizada por Élcio e Ronnie na noite de 14 de março de 2018. Veja a dinâmica abaixo:

  • Dois dias antes do crime, Ronnie Lessa pesquisou o CPF de Marielle e de sua filha; 
  • Às 12h [do dia 14/03/2018], Ronnie convida Élcio Queiroz para sua residência;
  • No local, Élcio avista Ronnie com uma bolsa. Em seguida, ambos embarcam no Chevrolet Cobalt prata;
  • Ronnie foi durante todo o trajeto até o centro da cidade no banco da frente e, chegando ao Instituto Casa das Pretas, ele deslizou para o banco de trás e se equipou;
  • Após cometerem o crime, ambos tomaram o acesso à Avenida Brasil e seguiram pela Linha Amarela até o Méier;
  • De lá, ambos foram até a casa de Ronnie. No local, eles interfonaram para o irmão de Ronnie, Denis Lessa, entregaram-lhe a bolsa contendo os apetrechos utilizados no crime e pediram que Denis chamasse um táxi para ambos até a Barra da Tijuca.
  • Chegando ao destino, eles embarcaram no carro de Ronnie, ativaram seus celulares e seguiram para o Restaurante Resenha.

Élcio Queiroz e Ronnie Lessa foram presos em março de 2019, um ano após o crime. Ambos seguem detidos e ainda não foram julgados.

PF prende terceiro suspeito de participar do crime

A PF prendeu, na manhã desta segunda-feira, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, suspeito de participação nos assassinatos da vereadora e do motorista.

Ele já havia sido preso em junho de 2020 em uma operação que investigava o crime e cumpria prisão domiciliar. Ele teria ajudado a esconder armas de Ronnie Lessa, entre elas, estaria a utilizada nos homicídios.

A PF descobriu que Maxwell fazia "campana" seguindo os passos de Marielle. Ele ainda teria levado o carro utilizado na noite do crime para um desmanche.

No momento de sua primeira prisão, a polícia apreendeu com o ex-bombeiro uma BMW modelo X6, avaliada em R$ 170 mil. Seu salário na corporação era de cerca de R$ 6 mil.

FOTOS: Caso Marielle Franco