Investigação muda de patamar e focará nos mandantes do assassinato de Marielle, afirma Dino
Operação realizada pela Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (24) prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, suspeito de participação no crime
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta segunda-feira (24) que a investigação dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes mudou de patamar e terá como novo foco os mandantes do crime. As declarações foram dadas durante entrevista coletiva em Brasília.
Na manhã de hoje, a Polícia Federal (PF) realizou operação e prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, suspeito de participação nos homicídios. A prisão foi feita a partir da delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz, preso em março de 2019, acusado de dirigir o veículo usado na noite do crime.
“A investigação agora se conclui em relação ao patamar da execução e há elementos para um novo patamar, qual seja investigação dos mandantes do crime. Naturalmente, há aspectos que ainda estão em segredo de Justiça”, declarou o ministro.
Na delação premiada, Élcio detalhou a sua participação no crime e confirmou os papéis de Ronnie Lessa, Maxwell Simões Corrêa e outras pessoas no crime, de acordo com Dino.
“O senhor Élcio fez uma delação premiada, essa delação foi homologada e resultou na operação de hoje. Ele revelou a participação de um terceiro indivíduo [o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa] e confirmou a participação dele próprio, do Ronnie Lessa e outras pessoas como copartícipes”, afirmou Dino.
O ministro reiterou que as investigações continuam em aberto, e que a operação da PF e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) desta segunda-feira marca o fim de uma etapa do processo investigativo.
“Nas próximas semanas, provavelmente haverá novas operações derivadas desse conjunto de provas colhidas hoje”, acrescentou o ministro.
Quem é Maxwell Simões Corrêa
Segundo apuração da CNN, a PF descobriu que Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, fazia “campana” seguindo os passados de Marielle. Ele ainda teria levado o carro utilizado na noite do crime para um desmanche.
Maxwell é ex-bombeiro e havia sido preso em junho de 2020 numa operação relacionada às mortes da vereadora e do motorista.
Na ocasião, ele foi preso em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, onde a polícia também apreendeu uma BMW modelo X6, avaliada em R$ 170 mil. Seu salário na corporação era de cerca de R$ 6 mil.
FOTOS: Caso Marielle Franco
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Socióloga e mestre em Administração Pública, Marielle Franco era vereadora do Rio de Janeiro. Ela foi assassinada em 14 de março de 2018 em um atentado ao carro onde ela estava; 13 tiros atingiram o veículo • Reprodução/Instagram
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Anderson Gomes, motorista do carro que levava Marielle, também morreu no atentado • Reprodução/Facebook
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Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são os acusados do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes • Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil
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A Justiça brasileira segue na busca pelos mandantes do assassinato da vereadora • Reprodução/Instagram
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Uma estátua de Marielle Franco foi inaugurada na Praça Mário Lago, no centro da capital fluminense • Divulgação/Instituição Marielle Franco
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Marielle era presidente da Comissão da Mulher na Câmara; segundo o Instituto Marielle Franco, ela iniciou sua militância em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, vítima de bala perdida, num tiroteio entre policiais e traficantes no Complexo da Maré • Reprodução/Instagram
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A irmã de Marielle, Anielle Franco, é ministra da Igualdade Racional do Brasil do governo Lula • Reprodução/Instagram
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Marielle Franco era casada com a também vereadora Monica Benicio • Reprodução/Instagram