Embrapa Semiárido diz que MST invadiu terras agricultáveis e de preservação da Caatinga
Terras pertenciam à antiga Unidade de Serviços Produtos e Mercados (SPM) da entidade, em Petrolina (PE), e foram anexadas à Embrapa Semiárido
A Embrapa Semiárido declarou, nesta segunda-feira (17), que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu, na madrugada do domingo (16), terras agricultáveis e de preservação da Caatinga, que pertenciam à antiga Unidade de Serviços Produtos e Mercados (SPM) da entidade, em Petrolina, no estado de Pernambuco.
Segundo o órgão, o local que foi incorporado à Embrapa Semiárido, é utilizado para instalação de experimentos diversos e multiplicação de material genético básico de cultivares lançadas pela empresa, como mudas e sementes.
Também explica que a invasão de áreas da Caatinga compromete a vida de animais ameaçados de extinção, além de pesquisas de conservação ambiental e de uso do bioma.
“O posicionamento da Embrapa é que as terras são patrimônio do governo brasileiro, produtivas e destinadas ao uso exclusivo da Embrapa Semiárido para o desenvolvimento de pesquisas e geração de tecnologias voltadas à melhoria da qualidade de vida de populações rurais”, afirma.
Além dos estudos desenvolvidos, a área recebe ainda o Semiárido Show, uma feira para agricultores familiares, onde ocorre a apresentação de tecnologias que foram desenvolvidas para ambientes de convivência com a seca.
“O evento recebe mais de 20 mil pessoas e é uma referência em transferência de tecnologias para a região Nordeste. No momento, a área está sendo preparada para receber a 10ª edição da Feira, que acontecerá em agosto deste ano. A invasão já está prejudicando consideravelmente todo o planejamento e execução das atividades previstas.”
Conforme o órgão, a invasão está trazendo danos à condução do trabalho e ao planejamento da execução de projetos e ações de pesquisa, incluindo atividades de parceiros. “Por fim, a invasão traz prejuízos consideráveis a produtores e agricultores familiares da área de abrangência da atuação da nossa instituição, bem como para toda a sociedade”, concluem.
A CNN entrou em contato com o MST e aguarda retorno.
(*Publicado por Douglas Porto)