No Norte, estados com alta taxa de Covid têm mais pessoas dentro da mesma casa

Há forte concentração desse tipo de alta densidade de moradores por dormitório no Norte -- 6 estados representam 23% da população que vivia em domicílios assim

Luiz Fernando de Toledo
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Luta pela vida nos hospitais do Amazonas no tratamento a pacientes com COVID-19
A luta pela vida nos hospitais do Amazonas no tratamento a pacientes com coronavírus (26.abr.2020)
Foto: Reprodução/CNN

Estados do Norte do país, que têm enfrentado números altos de incidência do novo coronavírus, têm mais moradores em um mesmo dormitório que no resto do país, o que pode dificultar o necessário isolamento social obrigatório no combate à pandemia.

Dados divulgados nesta quinta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que Amazonas, Amapá, Roraima, Pará, Acre e Maranhão se destacam na quantidade dos chamados domicílios adensados, que são aqueles que têm mais de 3 moradores por dormitório.

Há, no Brasil, 9,7% da população nesta situação, ou 18,4 milhões de pessoas. A maior quantidade está no Pará (1,6 milhões), Amazonas (1,1 milhão) e Maranhão (1 milhão). Importante ressaltar que hoje o Amazonas vive uma situação de colapso na saúde, com falta de leitos de UTI e rápido crescimento nos casos e mortes por Covid-19. É considerado um dos estados em situação mais crítica no enfrentamento à pandemia. 

Há uma forte concentração desse tipo de alta densidade de moradores por dormitório no Norte - seis estados representam 23% da população que vivia em domicílios com estas características. E um quinto da população desses estados vive nessas condições.

Em outras regiões, segundo o IBGE, isto ocorre com mais frequência nas periferias metropolitanas (veja gráfico abaixo). As concentrações urbanas de São Paulo e Rio de Janeiro, somadas, têm 4,2 milhões de pessoas vivendo neste tipo de domicílio adensado.

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