Megaoperação: Matar não é opção, é circunstância, diz ex-capitão do Bope
Em entrevista à CNN, Rodrigo Pimentel falou sobre a dificuldade de uma operação policial contra centenas de pessoas armadas com fuzil e fez um paralelo com guerra civil
Em entrevista à CNN, Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), analisou a megaoperação conta o CV (Comando Vermelho) que resultou em mais de 120 mortes nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.
O ex-capitão afirmou que o cenário atual não pode ser analisado como algo comum. "Em lugar nenhum do mundo existe um confronto de 400 pessoas armadas com fuzis. Isso não é uma operação policial, é uma operação de guerra", afirma.
Pimentel destaca que os agentes atuaram em posição defensiva, usando uma estratégia conhecida como "martelo e bigorna", contra homens fortemente armados, inclusive em área de mata e com pouca luminosidade.
"Durante uma ação policial desta magnitude, matar não é uma opção, mas uma circunstância determinada pelo contexto do confronto", afirmou.
Segundo o ex-capitão, a situação no Rio de Janeiro pode ser classificada como um "conflito armado não internacional", caracterizado pelo domínio territorial por mais de 20 anos, presença de facções armadas com mais de 300 integrantes, com capacidade de combate de média intensidade, afronta ao poder democrático do Estado de Direto e ameaça ao morador.
Pimentel estabeleceu um paralelo entre a situação do Rio de Janeiro e países que enfrentam uma guerra civil: "É mais ou menos o que acontece em Burkina Faso, na Nigéria, que aconteceu em Alepo, na Síria. O Brasil chama isso de banditismo".


