Mercados mantêm pessimismo com guerra na Ucrânia; desemprego é destaque no Brasil
Temores de recessão na Europa preocupam mercados na manhã desta quinta-feira (31); no Brasil, dados da pesquisa de emprego são destaque
Os mercados globais operam nesta quinta-feira (31) com pessimismo sobre a guerra na Ucrânia, e as bolsas europeias se encaminhando para o pior trimestre desde o começo da pandemia.
Começando pelo exterior, os futuros americanos operavam perto da estabilidade. Por um lado, o recuo do petróleo reduz as perspectivas de inflação e traz um certo alívio. Mas, por outro lado, a tensão com a guerra volta a afetar as ações.
As dúvidas sobre os rumos das negociações entre Rússia e Ucrânia deixam investidores cautelosos. Forças ucranianas se preparam para novos ataques na região leste do país. As conversas de paz devem ser retomadas amanhã.
Após fechar em US$ 113 ontem, os preços do petróleo despencam para perto dos US$ 105, com agências de notícia dizendo que Biden estuda liberar até 180 milhões de barris de suas reservas de petróleo para contar a alta dos preços.
Os temores com lockdowns também pesam sobre o petróleo e outras commodities, que caem agora de manhã.
Na Europa, as bolsas caem seguindo o clima de cautela no mundo. Os índices chegaram a se aproximar das máximas de um mês no começo da semana, com as conversas de paz entre Rússia e Ucrânia. Mas agora se encaminham para fechar o dia com a maior queda trimestral desde o início de 2020.
Alemanha e Espanha divulgaram dados de inflação preocupantes ontem, aumentando o temor de aumento de juros e recessão na Europa.
Em meio às preocupações, o primeiro-ministro da Itália disse que não acha que o fornecimento de gás vai ser cortado diante da disputa pelo pagamento em rublos.
Na Ásia, as bolsas fecharam em queda, seguindo as baixas de ontem em Nova York. Os índices de atividade piores que o esperado também afetam as ações.
Papéis de tecnologia também caíram depois que a SEC, a CMV (Comissão de Valores Mobiliários) americana, incluiu a Baidu na lista de empresas que podem ser deslistadas das bolsas em Wall Street.
Brasil
No Brasil, com aumento da aversão ao risco no mundo, commodities subiram e mais uma vez impulsionaram a bolsa. O Ibovespa fechou na máxima em sete meses, acima dos 120 mil pontos. Hoje, com commodities caindo, puxadas por petróleo, a bolsa pode ter alguma correção.
A taxa veio um pouco melhor do que a expectativa do mercado, que era de 11,4%. Também é a menor taxa para um trimestre encerrado em fevereiro desde 2016.
O país soma 12 milhões de desempregados. O IBGE ressalta que houve queda na população que busca trabalho, mas a diferença nesse trimestre é que não se viu crescimento da população ocupada.
O IBGE diz também que a estabilidade no número de ocupados significa que o mercado pode estar retornando a um padrão anterior a pandemia de Covid-19. O rendimento ficou estável frente ao trimestre anterior, mas ainda tem queda de 9% sobre o ano anterior.
Índices
O Ibovespa futuro tinha queda de 0,17%, com 120.806 pontos. O dólar caía 0,29%, cotado a R$ 4,77. O S&P futuro subia 0,10%.
Agenda do Dia
Além da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), balanços seguem, com destaque para empresas de educação Afya e Arco Educação.
No exterior, destaque para os dados de inflação dos EUA, que ficou em 6,4%, e de seguro-desemprego, que ficaram em 202 mil, em linha com as expectativas.