Milícia de “Zinho”, ligada à deputada Lucinha, é alvo de nova operação no Rio
Ação desta terça tem foco em desmantelar núcleo financeiro do grupo que atua na Zona Oeste do Rio
Na manhã desta terça-feira (19), a Polícia Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro deflagraram a 2ª fase da operação Dinastia para cumprir 12 mandados de prisão contra a “milícia do Zinho”, grupo paramilitar que atua na zona oeste da capital fluminense.
Além das prisões, há 17 mandados de busca e apreensão contra integrantes da milícia. Segundo a PF, essa fase da operação é contra o núcleo financeiro do grupo.
Ontem (18), houve oito buscas e apreensões contra o “núcleo político” apontado pelas investigações. A deputada Lucia Helena Pinto de Barros, a Lucinha (PSD), foi alvo, bem como a assessora dela e o gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A Justiça determinou o afastamento dela do cargo.
Mensagens interceptadas pela PF apontam que a parlamentar é chamada de “madrinha” pelo grupo e agiria como lobista em favor de ações ao bando.
A ação desta terça é um desdobramento da Dinastia 1, de agosto de 2022, e da Batismo, de segunda-feira.
A PF diz que o objetivo é “desmantelar o núcleo financeiro da organização criminosa, identificando toda a estrutura de imposição de ‘taxas’ ilegais a grandes empresas e pequenos comerciantes locais, bem como as contas correntes beneficiárias de tais cobranças.”
Durante as investigações, os policiais dizem ter identificado e individualizado os personagens que compõem toda a cadeia de ocultação dos valores da arrecadação ilegal por parte dos paramilitares.
Na PF, o trabalho é desenvolvido pelo Grupo de Investigações Sensíveis da PF (Gise/RJ) e pela Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ). No MPRJ, a apuração é do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado – (Gaeco/MPRJ).
Quem é Zinho
À frente da milícia que mais domina áreas da Zona Oeste de Rio, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, ascendeu ao posto de chefe da maior milícia do estado do Rio há pouco mais de um ano, com a morte do irmão Wellington da Silva Braga, o Ecko.
O miliciano, que foi um dos responsáveis por expandir os domínios do grupo, foi morto pela polícia em 12 de junho do ano passado, na comunidade de Três Pontes, em Paciência, um dos redutos de seu poder. Atualmente, Zinho figura na lista dos mais procurados do estado.