Ministério Público Federal vai acompanhar investigações de caso da "câmara de gás" em SE

Genivaldo de Jesus Santos morreu durante abordagem da PRF dentro de uma viatura

Da CNN Brasil, São Paulo
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O Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento para acompanhar as investigações sobre a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, no município de Umbaúba, em Sergipe. Ele morreu na quarta-feira (25) durante uma abordagem da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Vídeos compartilhados em redes sociais mostram a viatura da PRF sendo usada como uma "câmara de gás" com a vítima presa no porta-malas. Santos tinha distúrbios mentais, segundo relatos de familiares.

O laudo inicial do Instituto Médico Legal confirmou a morte por asfixia e insuficiência respiratória. As polícias Civil e Federal investigam o caso.

Por meio de nota, o MPF informou que pediu informações à Polícia Civil e que a PF abrisse um inquérito. "[O MPF] também solicitou à Polícia Rodoviária Federal informações sobre processo administrativo instaurado para fins de apuração da abordagem policial. O prazo para os órgãos enviarem resposta ao MPF é de 48 horas", informa o comunicado.

Abordagem

O sobrinho da vítima, Wallyson de Jesus, disse que o tio parou para os policiais e chegou a avisar que estava com remédios no bolso.

“Foi dada a ordem de parada, ele parou, botou a moto no descanso e atendeu todos os comandos. O policial pediu pra ele levantar a camisa, ele fez e falou que estava com o remédio no bolso e com a receita médica indicando que ele tem problemas mentais, foi quando o policial chamou reforço”, relatou.

Segundo Wallyson, outros dois policiais chegaram e iniciaram o que o sobrinho chamou de “sessão de tortura.”

“Pegaram ele pelos braços e pelas pernas. Quiseram colocar algemas nos pé dele, mas não coube e pegaram uma fita lá dentro e amarraram nele. Começaram a pisar nele e depois de tudo isso ocorrido, eles pegaram meu tio, colocaram na viatura e colocaram uma granada daquela de gás”, relata o sobrinho da vítima.

As imagens mostram dois policiais segurando Genivaldo dentro da viatura, com as pernas pra fora.

De acordo com o depoimento de Wallyson, as pessoas que estavam próximas disseram aos policiais que Genivaldo tinha problemas de saúde.

“A viatura cheia de gás lacrimogêneo lá dentro e ele no porta malas, foi quando a população não aguentou que estava todo mundo vendo aquilo e começaram a gravar”, disse o sobrinho.

(Publicado por Carolina Farias)