Pesquisa diz que 71% de mulheres no Brasil já sofreram violência ao se deslocar
Estudo indica que falta de policiamento, iluminação e ruas vazias estão entre os fatores que geram mais insegurança nas entrevistadas
71% das mulheres do país já passaram por alguma situação de violência ao utilizar algum meio de transporte em seu cotidiano para se deslocar, é o que aponta uma pesquisa realizada pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com apoio da Uber, que ouviu mais de 4.000 brasileiras. A pesquisa também indica os principais fatores que geram mais insegurança nas vítimas.
Segundo os resultados, a maioria das entrevistadas relata ter enfrentado situações de violência, como importunação, assédio sexual e até estupro, durante seus deslocamentos pelas cidades.
O estudo traz resultados de nove capitais, sendo elas: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Entre as principais situações de violência que as mulheres já passaram durante os deslocamentos estão:
- 44% receberam olhares insistentes, cantadas inconvenientes;
- 26% sofreram um assalto / furto / sequestro relâmpago;
- 17% sofreram importunação sexual;
- 16% sofreram preconceito ou discriminação por alguma característica. Exceto raça;
- 10% sofreram racismo;
- 6% sofreram uma agressão física;
- 3% sofreram um estupro.
Para as entrevistadas, a falta de policiamento, iluminação e ruas vazias estão entre os elementos que geram mais insegurança nas mulheres.
Fatores que contribuem com a sensação de insegurança durante o deslocamento apontado pelas mulheres:
- 56% ausência de policiamento;
- 52% falta de iluminação pública;
- 50% ruas desertas e vazias;
- 44% espaços públicos abandonados;
- 42% falta de respeito / agressividade das pessoas;
- 39% falta de empatia / solidariedade;
- 38% falhas no transporte público;
- 28% o horário do deslocamento.
Segundo a pesquisa, a maioria das vítimas mudou seus hábitos de comportamento após sofrer violência. Porém, mais da metade se sentiu abalada psicologicamente e apenas 23% receberam ajuda de pessoas que presenciaram a situação de violência.