PF faz buscas por placa de carro usado no assassinato de Marielle e Anderson

Delator Élcio Queiroz disse em depoimento que placa foi picotada e pedaços foram jogados em linha do trem

Elijonas Maia, da CNN, em Brasília
Agentes da PF na linha do trem com equipamentos tecnológicos em busca por placa de carro usado no assassinato de Marielle e Anderson  • Divulgação
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A Polícia Federal (PF) realizou buscas para encontrar possíveis resquícios da placa do carro utilizado no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro.

Segundo fontes da PF à CNN, foram encontradas partes de três placas de veículos roubados na estrada de ferro, mas devido ao tempo, os investigadores não encontraram a do carro clonado usado no crime contra Marielle e Anderson.

Imagens obtidas pela CNN mostram os agentes na linha do trem com equipamentos tecnológicos para encontrar algum material. As buscas foram realizadas na semana passada, mas a PF aguardou os exames de perícia para ter certeza que os pedaços não se tratavam da placa do carro usado na emboscada.

Buscas foram feitas após delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz, réu preso pelo crime / Divulgação
Buscas foram feitas após delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz, réu preso pelo crime / Divulgação

As buscas foram feitas após delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz, réu preso pelo crime. No depoimento à força-tarefa do Rio de Janeiro, Queiroz disse que, após o duplo assassinato, ele e o comparsa Ronnie Lessa picotaram a placa do carro usado no crime e Lessa descartou ao longo da avenida.

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Na delação, Élcio Queiroz disse que: “A partir da estação do Engenho de Dentro e, durante o caminho, Ronnie Lessa, de dentro do carro, foi jogando os pedaços de placa e as cápsulas através do muro. A ideia era que os vestígios se perdessem no cascalho em que ficam os trilhos.”.

"Ele [Ronnie] perguntou se tinha alguma coisa para quebrar a placa. Peguei a tesoura de cortar chapa, cortamos a placa na sala da casa da minha mãe e colocamos dentro de uma bolsa plástica", afirmou em trecho da delação.

Depois, ainda de acordo com o relato de Élcio, os três pegaram outro carro e foram "beirando a linha do trem", complementou.

A PF, junto ao Ministério Público do Rio de Janeiro, continua com as investigações para colher mais elementos comprobatórios do caso, que é tratado como prioridade dos investigadores.

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