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    Professor de jiu-jítsu preso é suspeito de abusar de 12 alunos

    Segundo a delegada, os abusos eram praticados durante as estadias para campeonatos e na própria casa do investigado

    Fernanda Palharesda CNN* , em São Paulo

    O professor de jiu-jítsu Alcenor Alves Soeiro, é suspeito de abusar e explorar sexualmente de seus alunos no Amazonas (AM). A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), em conjunto com a Polícia Civil de Santa Catarina (PC-SC), iniciou a operação conhecida como Armlock, e cumpriu o mandado de prisão no sábado (23).

    A prisão do investigado faz parte da Operação Hagnos, deflagrada nacionalmente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Nesta segunda-feira (25), durante uma coletiva de imprensa, a delegada Deborah Ponce de Leão contou que a Decpa na terça-feira (12), recebeu uma denúncia sobre um professor ter abusado sexualmente de seus alunos.

    Ademais, segundo a delegada, os abusos eram praticados durante as estadias para campeonatos e na própria casa do investigado. O crime era cometido com o suspeito dopando as vítimas para consumar o delito, e em algumas das vezes ele dava banho nos adolescentes.

    “Um dos atletas começou a ser abusado sexualmente em meados de 2018, quando tinha 9 anos. Essa vítima, inclusive, foi constatado o coito anal. Diante de todos esses relatos, nós angariamos o indício da autoria, a materialidade, e representamos pela prisão temporária dele”, disse a delegada na coletiva.

    Alcenor foi preso em Balneário Camboriú, em Santa Catarina (SC), enquanto estava em um campeonato com seus alunos. O indivíduo irá retornar para Manaus o quanto antes possível, até agora 12 vítimas são confirmadas, e seis ainda serão ouvidas, a delegada afirma que possivelmente após a prisão do acusado, aparecerão mais denúncias.

    “Esses garotos, no primeiro momento, tinham um encantamento pelo autor, uma vez que ele é um professor renomado de jiu-jítsu, mas só depois de um tempo eles perceberam o que realmente estava acontecendo. As vítimas, inclusive, tinham vergonha de contar para os seus pais e esse foi um ponto que precisou ser alcançado pela equipe multidisciplinar”, explicou a delegada.

    Ainda conforme a delegada na coletiva, a equipe teve acesso a mídias pornográficas que envolvem possíveis vítimas do caso, que estão em sigilo. Também existem indícios de que o autor do crime pretendia fugir para Dubai.

    Em suas redes sociais, uma das vítimas do caso, um atletas do Amazonas, publicaram uma nota com objetivo alertar os jovens que vão ou já estão neste mundo do esporte, sobre o que pode acontecer.
    “Durante anos, carregamos a dor de uma experiência traumática que vivemos: fomos vítimas de abusos cometidos por um professor, alguém em quem deveríamos confiar.”, diz a nota.

    Por fim, eles reafirmam sua luta por um Jiu-Jitsu justo e protegido para todos, contra os abusos.

    “Jiu-Jitsu mais justo e protegido contra qualquer forma de abuso. Unidos, podemos construir um futuro onde situações como essa sejam enfrentadas e eliminadas. Além disso, reforçamos nosso empenho em proteger as futuras gerações de atletas, especialmente crianças e jovens, e pedimos que todos estejam atentos para que situações como essa nunca mais se repitam.”, reiteram os atletas.

    Os procedimentos já estão sendo tomados pela justiça, o professor irá responder por estupro de vulnerável e favorecimento sexual e está à disposição da Justiça, aguardando recambiamento para Manaus.

    *Sob supervisão 

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