São Paulo ultrapassa meio milhão de casos de Covid-19
Marca de 500 mil casos do novo coronavírus foi superada na terça-feira, mas divulga nesta quarta por incompatibilidade com sistema do Ministério da Saúde
O governo de São Paulo divulgou nesta quarta-feira (29) que o estado superou a marca de meio milhão de casos do novo coronavírus. No balanço anterior, divulgado na segunda-feira (27), o estado tinha 487.654 infecções por Covid-19.
A marca de 500 mil casos foi superada na terça-feira (28), mas divulgada apenas nesta quarta em razão de uma incompatibilidade entre o sistema estadual e o banco de dados do Ministério da Saúde.
De acordo com números contabilizados pela secretaria estadual da Saúde, até 20h30 da terça foram registrados 12.647 casos e 383 mortes. Já os dados desta quarta, contabilizados até 10h30, registram 13.896 novos casos em 24 horas e 330 mortes, elevando o total de casos confirmados para 514.197 e o de mortes no estado para 22.389.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o secretário da Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, disse que o governo faz uma “avaliação muito rígida” sobre o aumento da média de infecções nas últimas semanas.
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“Uma das possibilidades que estamos avaliando é a questão da testagem. É importante considerar que nas duas últimas semanas nós dobramos esse números de testes, inclusive para assintomáticos leves”, disse o secretário.
“E isso foi muito importante porque, dessa maneira, apesar de termos aumento de cerca de 70% no número de casos notificados, não tivemos nem impacto de elevação de mortalidade, nem de internação em UTI.”
Ele disse ainda que, em comparação com abril, o estado aumentou em 500% o número de testes feitos. Atualmente, São Paulo testa, em média, 28,5 mil pessoas por dia para o novo coronavírus.
Gorinchteyn afirmou também que tanto o total de mortes quanto o de infecções estão dentro dos números projetados pelo governo para a segunda quinzena de julho.
Volta às aulas no estado
Questionado sobre retorno presencial às aulas no estado, previsto para o dia 8 de setembro, o governador João Doria (PSDB) afirmou que a data deve ser confirmada pela secretaria da Educação com pelo menos um mês de antecedência.
O governador disse também que o secretário da Educação, Rossieli Soares, participará da entrevista coletiva programada para a segunda-feira (3 de agosto) no Palácio dos Bandeirantes para responder sobre o calendário.
Já a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, afirmou que as alterações nos critérios do Plano SP apresentado pelo governo na segunda-feira não afeta o retorno às aulas.
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“Em primeiro lugar, o retorno às aulas é baseado na fase amarela [do Plano SP]. Muito do que a gente trouxe aqui da recalibragem é da transição da amarela para a verde. Não tem impacto nenhum com relação a isso”, disse.
“Com relação à educação, lembro que são [necessárias] quatro semanas na fase amarela. Queria destacar que o início da contagem das quatro semanas pressupõe que pelo menos 80% do estado esteja na fase amarela para depois termos 100% das regiões na fase amarela. Isso foi um pedido do Centro de Contingência.”
Produção de vacinas no Butantan
Doria afirmou também que o governo de SP já conseguiu o compromisso de empresários para doarem 73% do valor que o governo espera arrecadar para ampliar a capacidade de produção de vacinas do Instituto Butantan.
“Fizemos a segunda reunião do Comitê Empresarial Econômico com esse objetivo e conseguimos compromisso para o total de R$ 96 milhões dos R$ 130 milhões que representam a meta para dobrar a produção da vacina”, afirmou.
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O governador afirmou também que o estado foi procurado por outros países da América do Sul com interesse na compra de doses da coronavac, a vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech.
Sobre esse interesse, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que a preparação para a produção da vacina leva em consideração tanto as necessidades do Brasil quanto a possibilidade de fornecimento para outros países.
“Estamos planejando junto aos nossos parceiros chineses, com a Organização Pan-Americana da Saúde e junto com países como Argentina, Colômbia, Chile. A perspectiva é que o Butantan seja o hub dessa vacina para a América, principalmente para a América Latina num primeiro momento.”
(Com informações de Julyanne Jucá, da CNN, em São Paulo)