Em dois dias, ofensiva contra o CV termina com 10 mortos e 19 presos no Rio

Ações em 15 comunidades das zonas Norte e Sudoeste mobilizaram equipes das polícias Civil e Militar

Camille Couto e Rafaela Cascardo, da CNN Brasil, no Rio de Janeiro
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Uma operação integrada das forças de segurança contra o avanço do CV (Comando Vermelho) terminou com 10 mortos e 19 presos em 15 comunidades das zonas Norte e Zona Sudoeste do Rio de Janeiro entre quinta (9) e esta sexta-feira (10).

Durante a ofensiva de hoje, foram apreendidos 10 fuzis, oito pistolas, duas granadas e retiradas 11 toneladas de barricadas usadas por criminosos. A ação faz parte da “Operação Contenção”, uma ofensiva estratégica para frear o avanço territorial do CV na zona Oeste do Rio.

Segundo a Polícia Militar, na madrugada de hoje, sete suspeitos morreram após confronto com policiais do 41° BPM (Irajá) no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na zona Norte.

Equipes do GAT (Grupamento de Ações Táticas) foram atacadas por um grupo armado durante patrulhamento. Os feridos foram socorridos, mas não resistiram. Com eles, foram apreendidos quatro fuzis e duas pistolas.

Na Muzema, na zona Sudoeste, as equipe encontraram uma casa que servia como ponto de armazenamento de armas e dinheiro da facção. O material encontrado no local foi apreendido e está sendo investigado.

Ação teve inicio com morte do traficante Matuê

De acordo com as autoridades, a megaoperação começou na manhã de quinta-feira (8), com a morte do traficante do CV (Comando Vermelho) Ygor Freitas de Andrade, conhecido como Matuê, apontado como chefe do tráfico na comunidade da Gardênia Azul. Outros dois suspeitos, que seriam seguranças dele, também morreram em confronto com policiais da Polícia Civil na região do Campinho.

Matuê era investigado por coordenar invasões da facção em comunidades da região e por ser suspeito de disparar o tiro que matou o policial civil José Antônio Lourenço, da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), em maio deste ano. Ele também teria participado de um confronto em agosto que deixou seis mortos. Contra ele havia três mandados de prisão em aberto.

O secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, afirmou que as operações foram "cirúrgicas" e os resultados "são esses que a gente tá vendo”.

A ação foi encerrada, mas a Polícia Militar permanece em Jacarepaguá para reforçar o patrulhamento.