Jovem suspeita de gerenciar finanças do PCC no Paraná é presa no RJ

Beatriz Leão Montibeller Borges, que cursa medicina veterinária, estava foragida desde março e foi presa na sexta-feira (29)

Vitor Bonets e Julia Farias, da CNN*, em São Paulo
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Uma jovem de 25 anos foi presa, na sexta-feira (29), em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, suspeita de gerenciar as finanças de um organização criminosa ligada ao tráfico de drogas no Paraná. De acordo com as investigações, Beatriz Leão Montibeller Borges tinha um relacionamento com um dos líderes do PCC no estado paranaense.

Beatriz é estudante de medicina veterinária e, segundo a Polícia Civil do Paraná, tinha uma vida luxuosa, que ostentava nas redes sociais. Os luxos, como viagens, faculdade, festas e bebidas, seriam "bancados" pelo criminoso e pelo dinheiro do tráfico.

Além disso, com a relação, ela teria se envolvido no mundo do crime e teria ficado responsável por trabalhar na parte financeira da organização criminosa, além de decidir o que poderia ou não ser comprado pelo grupo.

A polícia informou que a jovem é investigada pelos crimes de associação criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. 

Foragida da Justiça

De acordo com a corporação, Beatriz Leão Montibeller Borges estava foragida da Justiça desde março deste ano. Ela escapou de uma operação que resultou na prisão de oito pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma de fogo, em Curitiba (PR).

Dois dos principais membros do grupo davam ordens aos demais a partir de dentro do sistema penitenciário, segundo a polícia.

Após a prisão, Beatriz foi encaminhada ao sistema penitenciário do Rio de Janeiro. Ela será transferida para o Paraná.

Posicionamento da defesa da jovem

Em contato com a CNN, a defesa de Beatriz Leão disse que a jovem foi encontrada no dia da prisão em uma hospedagem temporária obtida via Airbnb, que não se tratava de um "apartamento de luxo".

Segundo os representantes legais da jovem, a "associação de sua imagem a uma vida de riqueza não condiz com a realidade, visto que as declarações públicas da autoridade policial não encontram respaldo nas provas constantes dos autos. A inclusão do nome de Beatriz nas investigações decorre, em grande parte, de sua relação anterior com ex-namorado, que, enquanto cumpria pena na Colônia Penal Agrícola Industrial de Piraquara, teve um aparelho celular apreendido".

No celular teriam sido encontrados comprovantes de pagamentos em nome de Beatriz. Os elementos, contudo, não demonstram participação direta em atividades ilícitas, mas apenas que sua conta foi utilizada em transações vinculadas a terceiros, de acordo com a defesa.

"No campo processual, a defesa já apresentou as manifestações cabíveis nos autos em trâmite perante a Vara Criminal de Piraquara/PR. Além disso, foi interposto Recurso em Habeas Corpus em Brasília, perante o Superior Tribunal de Justiça, discutindo a legalidade da prisão preventiva, cujo julgamento encontra-se pendente de pauta.

Beatriz é mãe de uma criança menor de 12 anos, realidade que torna ainda mais grave a manutenção de sua prisão preventiva. A defesa reforça que o caso deve ser analisado com serenidade, dentro das garantias constitucionais, e confia que, ao final, prevalecerá a Justiça e o direito à presunção de inocência", finaliza a defesa em nota.

*Sob supervisão de Carolina Figueiredo