Juliana Marins: tempo pode ter comprometido conclusões, diz perícia

Especialista aponta que embalsamamento e manipulações anteriores inviabilizaram exames que ajudariam a esclarecer a morte

Camille Couto, da CNN, Rio de Janeiro
Compartilhar matéria

O intervalo entre o resgate do corpo de Juliana Marins, de 26 anos, e a nova necropsia realizada no Brasil pode ter comprometido parte dos resultados da análise.

Juliana morreu após sofrer uma queda durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. O laudo final do Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro, concluído nesta terça-feira (8), aponta hemorragia interna por lesões múltiplas — quadro compatível com politraumatismo causado por queda. No entanto, a perícia não conseguiu determinar o dia e horário exato da morte.

A nova autópsia, feita no dia 2 de julho, foi tecnicamente limitada. O corpo já havia sido embalsamado e passou por uma primeira necropsia fora do Brasil.

A CNN ouviu especialistas, e, segundo a médica legista Caroline Daitx, o embalsamamento inviabiliza exames importantes. A primeira necropsia já manipulou internamente os órgãos, tornando impossível, por exemplo, estimar o volume de sangue perdido, algo que poderia ser crucial para entender melhor a dinâmica da morte, explicou.

O primeiro laudo, feito na Indonésia, apontou trauma torácico com hemorragia interna, sem sinais de hipotermia.  A família relatou que Juliana ficou quatro dias sem resgate, sendo vista em pontos distintos da montanha, o que indica possíveis escorregamentos adicionais.

Com informações de Felipe Souza, da CNN, em São Paulo*