Operação da PF investiga fraudes no INSS; prejuízo foi de R$ 3 milhões

Agentes cumprem mandados no Rio de Janeiro e em Santa Catarina para desarticular grupo suspeito de inserir dados falsos em sistemas da Caixa Econômica Federal

Camille Couto, da CNN, no Rio de Janeiro
Operação PF
PF mira fraudes no INSS no RJ e Santa Catarina  • Foto: Reprodução/CNN (9.set.2020)
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A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (13), a Operação Recupera, destinada a desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudes contra o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Segundo apuração dos investigadores, o grupo teria causado prejuízo de aproximadamente R$ 3 milhões aos cofres públicos.

A ação, que conta com apoio do MPF (Ministério Público Federal) e da Caixa Econômica Federal, cumpre seis mandados de busca e apreensão, além de medidas de bloqueio e indisponibilidade de bens e ativos. As ordens judiciais, expedidas pela Justiça Federal, são executadas em Nilópolis, Itaboraí, Cavalcanti e Méier, no Rio de Janeiro e em Florianópolis e Tubarão, em Santa Catarina.

De acordo com as investigações, as fraudes teriam começado em 2018, envolvendo a concessão indevida de benefícios assistenciais e previdenciários mediante inserção de dados falsos nos sistemas informatizados da Caixa. Há indícios que funcionários e ex-funcionários do banco utilizaram seus acessos para viabilizar os atos ilícitos.

Segundo a PF, quatro ex-servidores teriam realizado comprovações de vida de pessoas fictícias ou já falecidas, emitido segundas vias de cartões para beneficiários inexistentes e autorizado pagamentos irregulares. Também foi constatado o uso de documentos adulterados para habilitar benefícios e a atuação coordenada na inclusão de dados falsos no sistema.

A Caixa instaurou procedimento disciplinar que resultou na demissão dos suspeitos e na identificação de condutas ilícitas semelhantes já registradas anteriormente. Mesmo após o desligamento, em 2022, os investigados teriam mantido o esquema, repassando a terceiros a retirada mensal de pelo menos 17 benefícios fraudulentos ainda ativos.

Os envolvidos poderão responder por crimes como organização criminosa e peculato eletrônico. As investigações continuam para identificar outros participantes, interromper a atuação do grupo e recuperar os valores desviados.