Polícia mira grupo que aplicava golpes com falsos anúncios

Operação Versus cumpre mandados de prisão no Rio de Janeiro, Mato Grosso, Piauí e Minas Gerais

Camille Couto, da CNN, no Rio de Janeiro
Polícia cumpre mandados de prisão e apreensão em quatro estados  • Divulgação PCERJ
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro, em ação conjunta com a Polícia Civil de Mato Grosso, realiza nesta segunda-feira (15) a Operação Reversus, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa interestadual especializada em fraudes eletrônicas, na modalidade conhecida como “falso intermediário”.

Até o momento, seis pessoas foram presas no estado do Rio de Janeiro. A ação também mobilizou agentes em Mato Grosso, Piauí e Minas Gerais.

As equipes estão em diligências para cumprir  27 mandados de prisão preventiva, 24 mandados de busca e apreensão, além de medidas de sequestro de bens no valor de até R$100 mil por investigado e bloqueio de contas bancárias que somam R$ 2,7 milhões.

 As investigações tiveram início após um golpe aplicado em janeiro de 2024, em Cuiabá (MT), quando uma vítima foi atraída por um anúncio falso de venda de veículo no Facebook. Após ser induzida a negociar com um suposto advogado que, na verdade, era um golpista, a vítima transferiu R$ 45 mil via PIX, acreditando estar em uma transação legítima.

A apuração revelou que o autor intelectual do golpe estava preso na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, onde cumpre mais de 40 anos de prisão por homicídio, tráfico e roubo. Já o responsável por publicar o anúncio teve a prisão decretada em Teresina (PI).

Os investigadores apuraram que o  esquema envolvia 13 contas bancárias no RJ, para onde os valores foram inicialmente enviados.

Posteriormente, os recursos retornaram a Cuiabá e foram novamente distribuídos em 11 contas diferentes, até se concentrarem majoritariamente na conta de uma investigada residente em condomínio de alto padrão.

Essa mulher, segundo a polícia, já possui condenação transitada em julgado por fraudes em Minas Gerais e é viúva de um homem com longa ficha criminal, executado na fronteira com a Bolívia, onde seu corpo e veículo foram incendiados.

De acordo com a polícia, a organização criminosa apresentava uma estrutura complexa e bem coordenada, com divisão de tarefas clara entre os membros e uso de táticas sofisticadas para dificultar o rastreamento do dinheiro.

A quadrilha atuava desde 2023, aplicando diversos golpes envolvendo anúncios falsos de veículos e gado, que somaram prejuízos superiores a R$ 800 mil às vítimas.

O nome da operação, "Reversus", faz referência ao caminho do dinheiro, que retornava a Cuiabá. Se condenados, os investigados poderão responder por estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que, somadas, podem ultrapassar 30 anos de reclusão.