RJ: Disque Denúncia busca trio suspeito de fraudar Ozempic

MP denunciou grupo por associação criminosa e estelionato; segundo as investigações, crimes aconteceram entre agosto e novembro do ano passado

Rafael Villarroel, da CNN*, em São Paulo
Imagem mostra trio suspeito de fraudar medicamentos  • Disque Denúncia
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O Disque Denúncia está buscando por informações que ajudem a polícia do Rio de Janeiro a localizar o trio acusado de fraudar caixas do medicamento Ozempic – utilizado para controle de diabetes e emagrecimento, através da adulteração de canetas de insulina Fiasp para simular o produto original.

Um cartaz com as identificações dos alvos foi divulgado pelo Disque Denúncia neste domingo (22).

Segundo as investigações da Polícia Civil, os irmãos Wandell Augusto Souza Lopes, Wendell Augusto Souza Lopes e George Moreno Souza do Bomfim, realizaram os crimes entre agosto e novembro do ano passado.

A pedido do Ministério Público do estado, a Justiça decretou a prisão preventiva do trio, que está foragido.

De acordo com o órgão, a fraude envolvia a devolução de medicamentos adulterados a farmácias após simulação de compras com cartões de crédito inválidos, gerando prejuízos financeiros e colocando em risco a saúde pública dos consumidores.

O trio adulterava as caixas e as canetas injetáveis de insulina, substituindo o conteúdo por um medicamento de baixo custo, nesse caso o Fiasp, e aplicando rótulos falsificados de Ozempic.

As caixas falsas eram utilizadas em esquemas de entrega com pagamento na hora. Motoboys de farmácias entregavam o produto a integrantes do grupo que, sob o pretexto de conferir a qualidade, trocavam as embalagens originais pelas adulteradas.

A semaglutida, que é o componente principal do Ozempic, retarda o esvaziamento gástrico, levando ao emagrecimento • NurPhoto/GettyImages

O golpe era concluído quando o suposto comprador simulava a tentativa de pagamento, que falhava. Com isso, os medicamentos adulterados eram devolvidos à farmácia como se fossem os originais.

Em uma das ações, uma vítima adquiriu o produto falso e precisou ser internada após a aplicação do medicamento.

As investigações também mostraram que os crimes atingiram diferentes redes de farmácias. Em um único episódio, o grupo conseguiu substituir seis caixas de Ozempic, avaliadas em aproximadamente R$ 1 mil reais cada, causando um prejuízo de R$ 6 mil a uma das farmácias.

A denúncia aponta ainda que os investigados são reincidentes e respondem por diversas outras ocorrências semelhantes.

A Polícia Civil do Rio, através da operação da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor (DECON) e da 13ª DP (Ipanema), segue em diligências buscando localizar os criminosos.