RJ: escolas e faculdades têm aulas suspensas nesta quarta após megaoperação
Serviços de transporte e de saúde estadual seguem operando normalmente; na manhã de hoje (29), todas as vias da cidade foram liberadas para o trânsito de veículos
Após a megaoperação que deixou ao menos 64 mortos no Rio de Janeiro, seis unidades da rede estadual de educação suspenderam as aulas nesta quarta-feira (29).
Segundo o COR-Rio (Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio), o município retornou ao estágio 1 nesta quarta. O nível indica que não há ocorrências de grande impacto na cidade e que possíveis incidentes não interferem de forma significativa na rotina dos cidadãos.
Além das unidades estaduais, outras três universidades suspenderam as atividades presenciais para esta quarta. Entre as instituições estão: a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), a UFF (Universidade Federal Fluminense) e a PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro).
Já na rede municipal de educação, as escolas funcionam regularmente nesta quarta, com exceção das escolas no Complexo do Alemão e Complexo da Penha que estão com aulas presenciais suspensas.
Na terça-feira (28), durante a ação, o município havia sido colocado em estágio 2, em razão das interdições intermitentes em diversas vias das zonas Norte, Oeste e Sudoeste, que afetaram o trânsito e o funcionamento de modais de transporte.
Situação dos postos de saúde e hospitais
De acordo com a SES-RJ (Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro), desde terça, não houve interrupção no atendimento das unidades hospitalares e todas funcionam normalmente.
A CNN Brasil entrou em contato com a SMS-RJ (Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro), mas não obteve retorno até a última publicação. O espaço segue em aberto.
Situação do transporte público
De acordo com o boletim divulgado pelo Centro de Operações, os transportes públicos operam normalmente e todas as vias estão liberadas para o tráfego de veículos.
Em nota, a Rio Ônibus informou que a circulação dos ônibus está normalizada nesta quarta. Em decorrência da megaoperação, na terça-feira, foram registrados 96 coletivos usados como barricadas e 204 linhas impactadas.
O COR-Rio (Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio) informou, na madrugada desta quarta, que todas as vias da cidade estão liberadas para o trânsito de veículos. A última a ser reaberta foi a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, no sentido Jacarepaguá, por volta das 2h45.
De acordo com as concessionárias MetrôRio e SuperVia, desde ontem, o funcionamento dos metrôs e a circulação de trens operam normalmente.
Com a normalização do cenário urbano nesta quarta-feira, a cidade permanece sob monitoramento dos órgãos municipais, responsáveis por acompanhar possíveis reflexos das operações e garantir a fluidez nas principais vias.
Ainda, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, determinou que o policiamento permaneça reforçado em todo o estado, nesta quarta. O reforço visa garantir a segurança da população, com atenção especial às vias expressas, zonas Norte e Sudoeste, acessos à Região Metropolitana e modais de transporte público.
Megaoperação
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SESP) e o Governo do Estado, o objetivo principal era combater a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes e lideranças criminosas do CV.
A ação totalizou, por ora, 64 mortos. O saldo final incluiu 60 suspeitos de crimes e 4 policiais mortos (dois policiais civis e dois policiais militares do Bope).
Além das mortes, 81 pessoas foram presas, incluindo Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão, que é apontado como o operador financeiro do CV no Complexo da Penha e braço direito do chefe do Comando Vermelho, Edgar Alves de Andrade, vulgo "Doca" ou "Urso".
Na manhã desta quarta-feira (29), a Praça da Penha, na zona Norte da caítal fluminense, amanheceu com uma fila de corpos estendidos em uma lona. Segundo o ativista Raull Santiago, que está no local, cerca de 50 corpos foram retirados por moradores da região de mata do Complexo da Penha durante a madrugada.
Essa, segundo o governo fluminense, é a maior operação policial da história do estado. A ação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes das forças estaduais de segurança, foi resultado de mais de um ano de investigação conduzida pela DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes).


