Bebida adulterada com metanol: nove estabelecimentos são interditados em SP
Cinco locais estão em bairros da capital paulista; São Paulo tem mais de 50 casos relacionados à ingestão de bebidas adulteradas com metanol e número de ocorrências cresce no Brasil
O Governo de São Paulo informou que nove estabelecimentos foram interditados até a tarde de quinta-feira (2), após fiscalizações decorrentes do surgimento de diversos casos de contaminação por metanol em bebidas alcóolicas.
Entre os estabelecimentos interditados cautelarmente pelas Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipal, cinco estão em bairros da capital paulista, como Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins, Mooca e M’Boi Mirim.
Além deles, outros três estão na Grande São Paulo, sendo dois na cidade de Osasco, um em São Bernardo do Campo e um em Barueri.
Segundo a administração do estado, o número de prisões no ano em São Paulo subiu para 24 após a detenção de duas mulheres com 162 garrafas de uísque falsificadas no município de Dobrada, na região de Araraquara. As bebidas estavam sem documentação fiscal e possuíam rótulos desconhecidos no Brasil.
Só nesta semana, mais de mil garrafas foram apreendidas no estado para investigação.
Casos de ingestão de bebidas com metanol
O número de casos relacionados à ingestão de bebidas adulteradas com metanol cresce no Brasil. Até o momento, foram contabilizados 59 ocorrências, das quais 11 foram confirmadas para metanol após exames em laboratório, segundo informou o Ministério da Saúde.
Entre as mortes, uma foi confirmada em São Paulo, e outras sete estão em investigação: duas em Pernambuco, nos municípios de João Alfredo e Lajedo; três na capital paulista; e duas em São Bernardo do Campo.
Ocorrências sobre metanol pelo Brasil
- 53 em São Paulo
- 5 em Pernambuco
- 1 no Distrito Federal
Morte confirmada por metanol
- 1 óbito confirmado em São Paulo
Mortes ainda em investigação
- 2 em Pernambuco (João Alfredo e Lajedo)
- 5 em em São Paulo (2 em São Bernardo do Campo e 3 na capital)
Hungria internado em Brasília
Em Brasília, o rapper Gustavo da Hungria Neves, conhecido como Hungria Hip Hop, foi internado no Hospital DF Star com sintomas compatíveis com intoxicação por metanol, incluindo cefaleia, náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica. O artista permanece sob acompanhamento clínico, fora de risco iminente.
Após a repercussão do caso, a Polícia Civil do Distrito Federal informou que uma distribuidora foi interditada. Garrafas de Vodka foram apreendidas em um mercado.
Recomendações
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, detalhou na última quinta-feira (2) as medidas e tratamentos para casos de intoxicação por metanol no Brasil. A pasta reforçou as orientações aos profissionais de saúde e anunciou a compra emergencial de antídotos para o tratamento.
Padilha enfatizou que os profissionais de saúde devem acessar o Guia de Vigilância em Saúde e a nota específica sobre intoxicação exógena do metanol. A orientação é que a notificação seja feita na primeira suspeita, sem necessidade de aguardar confirmação clínica ou laboratorial.
"Não precisa esperar uma confirmação laboratorial para começar a conduta indicada para o caso de intoxicação por Metanol", reforçou Padilha.
*Sob supervisão de Tonny Aranha


