Dois suspeitos são presos em operação contra gangue de "quebra-vidros"
Ação da Polícia Civil de São Paulo teve como objetivo cumprir quatro mandados de prisão temporária e 27 de busca e apreensão

Dois suspeitos foram presos durante operação contra uma organização criminosa envolvida em roubos, estelionatos e furtos qualificados derivados da subtração de celulares, no Centro de São Paulo.
Segundo ação da Polícia Civil, realizada nesta segunda-feira (13), os criminosos atuam a partir da quebra de vidros de veículos.
A "Operação Broken Window 2", teve como objetivo cumprir quatro mandados de prisão temporária contra os principais líderes da organização.
Além disso, foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais vinculados aos investigados, inclusive com local no Ceará.
Ao todo foram apreendidos 15 celulares, dois veículos, equipamentos utilizados nas fraudes e diversos documentos relacionados à atividade criminosa.
De acordo com a SSP, as investigações também possibilitaram, por meio de decisão judicial, o bloqueio de ativos e valores, inclusive em criptomoedas, totalizando mais de R$ 915 mil.
Entenda como funcionava o esquema
Primeiro, o grupo criminoso realizava os crimes de furto e roubo de celulares. Em seguida, invadia as contas bancárias das vítimas.
Com o acesso aos aplicativos financeiros, os criminosos passavam os valores ílicitos para contas de "laranjas ou "empresas de fachada", criadas para ocultar a origem do dinheiro e viabilizar a lavagem dos capitais.
Início das investigações
De acordo com a corporação, as investigaões começaram após um furto contra o Procurador de Justiça Dr. Antonio Calil Filho, em julho deste ano, na região central da capital. Na ocasião, o celular do Dr. Calil foi levado após os criminosos quebrarem o vidro do carro dele.
A partir do rastreamento do dispositivo, policias encontraram um imóvel no bairro do Glicério, local que foi identificado como "um verdadeiro 'QG do crime'. Segundo a Polícia Civil, no local havia uma grande quantidade de celulares, máquinas de cartão, roteadores, chips e documentos de procedência ilícita.
A análise dos materias apreendidos e dos dados extraídos dos aparelhos, principalmente do celular de um dos alvos, levou a descoberta de como funcionava o esquema da organização.
A corporação diz que o grupo era dividido em núcleos com funções definidas, como coordenação e receptação, ladrões de rua, tripeiros, que seriam responsáveis pelas contas bancárias utilizadas nas fraudes, além de criminosos que faziam apoio logístico.
Os principais líderes da organização fazem parte do primeiro núcleo, segundo a Polícia Civil.
Bloqueio de dinheiro e criptomoedas
Após as descobertas, a Justiça deferiu medidas cautelares, principalmente o bloqueio de todos os ativos, valor que chega inicialmente a pouco mais de R$ 915 mil. A polícia informou que parte do dinheiro está investido em criptomoedas.
Além disso, outra medida é a suspensão das atividades econômicas e extinção de personalidades jurídicas associadas à organização criminosa, usadas como fachada para lavagem de dinheiro.
A operação conta com 60 policiais civis, que estão nas ruas para o crumprimento dos mandados.


