Justiça torna réus quatro PMs por morte de jovem rendido em Paraisópolis

Igor Oliveira, de 24 anos, foi morto durante operação policial; dois agentes estão presos e responderão por homicídio doloso

Thomaz Coelho, da CNN*, São Paulo
Vídeo mostra quando os agentes entram na residência; Igor Oliveira de Moraes Santos aparece com atrás da cama com as duas mãos na cabeça  • Reprodução/CNN
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A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra quatro policiais militares envolvidos na morte de Igor Oliveira de Moraes Santos, de 24 anos, em Paraisópolis, na zona sul da capital.

Entre os denunciados estão Renato Torquatto da Cruz, autor dos disparos que mataram Igor, e Robson Noguchi de Lima, que seguem presos. Hugo Leal de Oliveira Reis e Victor Henrique de Jesus também se tornaram réus no processo.

Video: bodycam de PM mostra execução de homem rendido em Paraisópolis

A denúncia, apresentada por três promotores de Justiça, foi aceita pela juíza Luciana Menezes Scorza, da 4ª Vara do Júri de São Paulo. Os quatro policiais responderão por homicídio doloso.

O crime ocorreu no dia 10 de julho, durante uma perseguição a suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas e que, segundo os agentes, estariam armados. Dentro de uma residência, os PMs ordenaram que os suspeitos colocassem as mãos na cabeça, ordem que, segundo os promotores, foi prontamente obedecida.

No sábado (12), o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), comentou o caso. "Com análise das câmaras, a gente viu que houve desvio (de conduta). Os dois policiais vão ser indiciados por homicídio doloso, vão ser apresentados à justiça e vão responder pelo crime que cometeram. E vai ser assim sempre", afirmou o governador.

Relembre a operação

A comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista, viveu uma noite de caos no dia 10 de julho após uma operação da Polícia Militar que resultou na morte de dois homens e na prisão de outros três suspeitos.

Vídeos mostram ruas tomadas por manifestantes, automóveis depredados e incendiados, objetos queimados e o trânsito paralisado. Em meio à confusão, moradores fecharam vias, atearam fogo em objetos e soltaram fogos de artifício.