MP investiga relação entre usinas do PCC e queimadas em SP
Área do epicentro de ocorrências de incêndios em Ribeirão Preto era praticamente controlada pela facção, segundo MP
A descoberta de usinas sucroalcooleiras de propriedade da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) na região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, levantou a suspeita para procuradores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) de que o grupo criminoso possa estar por trás de uma série de queimadas que ocorreram na região no último ano.
A investigação surge a partir da megaoperação deflagrada pelo MPSP nesta quinta-feira (28), contra um esquema de fraudes no setor de combustíveis com participação de integrantes do PCC.
De acordo com promotores do MPSP (Ministério Público de São Paulo), na época das queimadas, pelo menos três usinas já eram de propriedade do grupo nessa região, o que significa que eles já estavam gerindo toda a produção de etanol e o controle da cana-de-açúcar no local.
Embora ainda não existam elementos conclusivos sobre o envolvimento direto do PCC nas queimadas, a área do principal foco dos sinistros era praticamente controlada pela facção.
“O que estamos falando é a região que houve o principal epicentro das queimadas era uma região controlada praticamente pelo grupo que hoje tá sendo investigado. As usinas sucroalcooleiras, principalmente ali, eram de titularidade já do grupo nessa época”, afirmou João Paulo Gabriel, promotor do GAECO.
No ano passado, uma série de incêndios atingiu plantações e áreas florestais em municípios do interior de São Paulo, entre os meses de agosto e outubro. O município de Ribeirão Preto foi um dos mais atingidos. Em alguns casos, os sinistros ocorreram em plantações de cana-de-açúcar.