Onça que devorou caseiro deve ficar em cativeiro pelo resto da vida
Animal está há oito dias no instituto no Instituto Ampara Animal e vem se recuperando
A onça-pintada que devorou e matou o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, ficará "o resto da vida em cativeiro", segundo o veterinário Jorge Salomão do Instituto Ampara Animal, de Amparo (SP), onde o animal está.
De acordo com o profissional, a onça, de idade estimadas de 9 anos, vem se recuperando bem. Ela está há oito dias no instituto. A transferência foi solicitada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP).
Há um novo cativeiro, há uma nova rotina, um novo manejo. Mas, por ora, está tudo dentro do esperado.
Caseiro atacado por onça em MS foi morto com mordida na cabeça, diz laudo
Ainda segundo Salomão, a onça tem demonstrado não ter medo de humanos. "Ele não tem a reação que normalmente os outros indivíduos têm. De sair, de evitar, de evitar conflito, ele acaba sempre encarando.".
A decisão de manter o animal em cativeiro foi feita pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).
Temporariamente, ele fica num recinto menor e, posteriormente, segundo o veterinário, será transferido para um local maior. A onça foi batizado de Irapuã, que em tupi-guarani representa agilidade e força.
Desde que chegou pra gente, é perceptível que ele tá muito habituado mesmo, ele não tem a reação que normalmente os outros indivíduos têm
Recuperação do animal
O Instituto Ampara Animal informou que a onça chegou com diversas cicatrizes e que ganhou 13 kg durante sua estadia no CRAS-MS. No recinto em São Paulo, o animal contará com ampliação da área aquática e terá como foco sua recuperação física e emocional.
Jorge Salomão, também do instituto explica que o local não tem nenhum tipo de visitação. “Os nossos recintos são todos muito grandes, com grotões de mata nativa, cercados. São o mais próximo possível do que o animal iria encontrar em vida livre.”
Oito onças, cinco onças-pintadas e três onças-pardas já recebem cuidados no mantenedor. Cada uma delas recebe atenção individual com cuidados especializados.
Onça chega a instituto - veja imagens:
Relembre o caso
O caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, foi atacado e morto por uma onça-pintada na região de mata de Touro Morto (MS), a cerca de 230 km de Campo Grande. Ele foi morto no dia 21 de abril e seu corpo foi localizado no dia seguinte.
Jorge foi atacado enquanto tentava coletar mel em um deck próximo da mata. Moradores da região relatam que o ataque foi repentino e que um homem que localizou a vítima encontrou marcas de sangue e vestígios da presença do animal.
*Sob supervisão