Operação busca prender policiais de SP suspeitos de atuar para o PCC

Delegado Fábio Baena e três policiais civis já foram presos; Baena foi citado por Vinícius Gritzbach em delação premiada

Carolina Figueiredo, Pedro Duran, da CNN, em São Paulo
Compartilhar matéria

Uma operação busca prender cinco policiais civis de São Paulo suspeitos de atuar para o Primeiro Comando da Capital (PCC), na manhã desta terça-feira (17).

A CNN apurou que os alvos são um delegado e quatro policiais civis. A operação Tacitus é realizada pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público, com apoio da Corregedoria da Polícia Civil de SP.

A ação partiu do cruzamento de diversas investigações sobre o PCC, inclusive o assassinato do empresário Vinícius Gritzbach, executado no Aeroporto de Guarulhos no último dia 8 de novembro.

Veja quem é Fabio Baena, delegado da Polícia Civil de SP preso suspeito de envolvimento com o PCC

Segundo apuração do analista da CNN Pedro Duran, o delegado Fábio Baena e três policiais civis já foram presos na operação de hoje. Baena foi citado por Gritzbach na delação premiada do empresário para o Ministério Público.

A polícia investiga os crimes de manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a criminosos e corrupção dos agentes para beneficiar esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa.

A investigação iniciou a partir de análise de provas obtidas em diversas investigações policiais que envolveram movimentações financeiras, colaboração premiada e depoimentos.

A apuração revelou o modo complexo que os investigados se estruturaram para exigir propina e lavar dinheiro para suprir os interesses da organização criminosa.

Nesta terça, 130 policiais federais e agentes da Corregedoria cumprem oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Bragança, Igaratá e Ubatuba.

Os suspeitos podem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais. As penas somadas podem chegar a 30 anos de prisão.

Em nota, a defesa de Fábio Baena afirmou que está indignada e que a prisão não possui necessidade. Leia abaixo.

"A defesa constituída do Delegado de polícia Dr. Fábio Baena Martin e do investigador Eduardo Monteiro, indignada, esclarece que a prisão hoje cumprida não possui necessidade, idoneidade e se constitui em arbitrariedade flagrante. Inadmissível no Brasil se banalizar o direito à liberdade, decretando-se prisão midiática, sem contemporaneidade, e o mais grave, por fatos que já foram investigados e arquivados pela Justiça, por recomendação do próprio Ministério Público. A palavra pueril de um mitômano, sem qualquer elemento novo de prova, não poderia jamais motivar medida tão excepcional, afrontando o status dignitatis e libertatis dos nossos constituídos. Esclareça-se também que ambos compareceram espontaneamente para serem ouvidos e jamais causaram qualquer embaraço às repetidas investigações. Ademais, a defesa denuncia o gravíssimo fato que não se deu o Direito e oportunidade ao Delegado Baena contatar seus advogados avisando de sua prisão e do cumprimento do mandado de busca, o que somente reforça a ilegalidade denunciada. A defesa está tomando todas as medidas para fazer cessar, imediatamente, a coação espúria constatada".