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    Operação combate lavagem de dinheiro do PCC por meio de fintechs

    Ação é realizada pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO)

    Rafael Saldanhada CNN , em São Paulo

    Uma operação combate a lavagem de dinheiro feita pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) por meio de duas fintechs, na manhã desta terça-feira (25), em São Paulo.

    A ação é realizada pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de São Paulo.

    Na Operação Hydra, o policial civil Cyllas Elia Junior foi preso. A CNN apurou que ele se apresenta como CEO da 2GO Bank, uma das instituições financeiras delatadas por Gritzbach. A outra fintech é a InvBank.

    Elia Junior também já havia sido preso em 2024 por uma ligação de lavagem de dinheiro para criminosos chineses.

    As empresas movimentavam valores bilionários. Os valores investigados chegam próximo aos R$ 30 milhões, conforme apuração da CNN.

    Os agentes cumprem um mandado de prisão contra o dono de uma das fintechs. Também são cumpridas 10 ordens de busca e apreensão nas sedes das companhias e em endereços de seis pessoas que trabalham nas fintechs.

    Os mandados foram cumpridos nas cidades de São Paulo, Santo André e São Bernardo do Campo. A Justiça também determinou o bloqueio de valores em oito contas bancárias e a suspensão temporária das atividades econômicas das instituições financeiras envolvidas.

    A operação desta terça é um desdobramento da delação do empresário Vinícius Gritzbach, assassinado no Aeroporto de Guarulhos em novembro de 2024.

    A investigação do GAECO e da PF aponta que as duas fintechs foram utilizadas para ocultar recursos ilícitos da facção com tráfico de drogas, organização criminosa e outras atividades ilegais. As empresas movimentavam valores ilegais por meio de sofisticados mecanismos financeiros para esconder a procedência e beneficiários reais.

    Segundo os investigadores, as instituições financeiras encaminhavam os depósitos para contas de “laranjas”, as quais tinham total controle.

    Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), responsável pela Polícia Civil de São Paulo, informou que Cyllas Elia Junior já havia sido afastado de suas funções em dezembro de 2022. A Corregedoria da corporação acompanha a ação desta terça para colaborar com as investigações.

    A CNN solicitou um posicionamento às fintechs citadas e aguarda um retorno.

    Veja nota do InvBank:

    “Carlos Alexandre Ballotin e Marcelo Henrique da Palma manifestam absoluta indignação com a injusta inclusão de seus nomes em denúncia do MPSP por suposições que já foram devidamente esclarecidas na fase de investigação. A defesa lamenta a exploração midiática de uma denúncia extremamente genérica e sem qualquer materialidade contra seus clientes e esclarece o seguinte:

    A InvBank, durante a gestão do Sr. Carlos (2020 até setembro de 2022, quando foi vendida), nunca se relacionou com qualquer fintech citada, tampouco operava como tal. Sua movimentação financeira, no período, não superou a cifra de 60 mil reais mensais, devidamente informada ao Fisco, conforme documentação apresentada à polícia. Nenhuma das pessoas mencionadas na denúncia eram clientes da plataforma do InvBank à época da gestão do Sr. Carlos.

    A transação financeira de Anselmo em favor da pessoa jurídica Invbank, limitou-se a transferência bancária entre a Caixa Econômica Federal e a conta PJ da empresa no Banco Itaú. Sua finalidade foi a de constituir sociedade em conta de participação (SCP) para investimento em um empreendimento imobiliário.

    O negócio não se confunde com serviços financeiros prestados pelo Invbank e é absolutamente legítimo, com documentação já à disposição das investigações.

    Importante ressaltar que não havia, até aquele momento (outubro de 2021), qualquer informação pública a respeito de práticas criminosas atribuídas ao sr. Anselmo, incluindo a pesquisa de certidões cíveis e criminais.

    Somente após a morte do sr. Anselmo é que o sr. Carlos Ballotin, assim como todo o público, tomou conhecimento das acusações e a SCP foi desfeita, com a devolução integral de todos os valores depositados ao espólio do falecido.

    Em relação às transações entre os srs. Carlos e Marcelo entre 5/2020 e 2/2021, os depósitos têm origem lícita e documentada perante a Receita Federal, sendo proveniente de receitas obtidas com o trabalho como advogados, como sócios.”

    Leandro Ponzo, advogado”

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