Operação mira quadrilha que sequestrava dados e pedia resgates milionários

Operação cumpre mandados em três estados contra organização criminosa que invadia sistemas de grandes empresas e vendia informações a outros golpistas

Adriana De Luca, da CNN, São Paulo
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A Polícia Civil de São Paulo deflagrou uma operação, nesta quinta-feira (25), contra uma organização criminosa especializada em crimes cibernéticos, investigada por invasão de dispositivos informáticos, estelionato, falsidade ideológica, falsa identidade e associação criminosa.

A ação, coordenada pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Demacro), resultou na prisão temporária de três suspeitos e no cumprimento de sete mandados de busca e apreensão em diferentes estados do país.

Segundo o delegado Alexandre Batalha, que conduz as investigações, o grupo atuava de forma altamente estruturada e tinha como alvo pessoas e empresas de alto escalão.

“Eles sequestravam dados e senhas para exigir resgates milionários. Muitas vezes revendiam as informações a outros estelionatários, ampliando a rede de golpes virtuais”, explicou.

As investigações começaram após operadoras de telefonia identificarem tentativas suspeitas de acesso a sistemas exclusivos, com uso indevido de logins e senhas. O alerta levou à abertura de inquérito e, ao longo da apuração, foram identificados pelo menos quatro investigados, distribuídos em estados diferentes, mas conectados apenas pela internet.

Os mandados foram cumpridos em Belo Horizonte e no município de Cláudio, em Minas Gerais; em Santa Cruz do Rio Pardo e Paraibuna, no interior de São Paulo; e em Erechim, no Rio Grande do Sul. Aparelhos eletrônicos foram apreendidos e passarão por perícia.

Apesar de não se conhecerem pessoalmente, os suspeitos operavam como uma rede organizada, com divisão de funções e hierarquia interna. “Era uma cadeia de vazamento de dados: os líderes tinham acesso a grandes sistemas, de onde retiravam informações que depois eram repassadas a outros golpistas de menor expressão”, detalhou Batalha.

A Polícia Civil informou que a investigação segue em andamento para identificar demais envolvidos e mapear o alcance das fraudes.