Perícia vai analisar bodycam de PM da Rota que atirou em policial civil
Imagens da bodycam de policial militar já estão no instituto de criminalística. O objetivo é determinar se, no momento do disparo, era possível identificar o distintivo do policial civil

A perícia vai analisar, “frame a frame”, as imagens captadas pela bodycam (câmera corporal) do policial da Rota que baleou um policial civil durante uma ocorrência em São Paulo, na sexta-feira (11). De acordo com uma fonte ligada a investigação, o objetivo é determinar se, no momento do disparo, era possível identificar o distintivo do policial civil, que estava no peito do agente baleado.
A câmera corporal do PM estava ligada e funcionando no momento em que ele efetuou quatro disparos contra um agente da Polícia Civil. As imagens foram analisadas pelos investigadores e encaminhadas ao setor especializado do Instituto de Criminalística (IC), responsável por perícias em imagens e vídeos. A análise também busca esclarecer em que momento os policiais civis anunciaram “polícia”, se foi antes ou depois do disparo.
Segundo informações apuradas pela reportagem, os dois se cruzaram rapidamente no local, onde tanto o PM quanto a polícia civil faziam ações diferentes. O boletim de ocorrência, relata que o policial civil estaria com a arma em mãos no momento em que o sargento da Rota efetuou os disparos. Testemunhas relataram que ele “atirou sem perguntar”. Agora, cabe a perícia esclarecer a cronologia exata dos acontecimentos.
Além da análise das imagens, a Polícia Científica solicitou: Perícia residuográfica -para identificar resquícios de pólvora nas mãos de todos os envolvidos; Perícia balística nas armas apreendidas, para identificar qual arma realizou os disparos; e Perícia detalhada no local do crime, para determinar a distância entre os envolvidos no momento dos tiros.
O policial civil baleado, de 26 anos, permanece internado em estado grave no Hospital das Clínicas, entubado e deve passar por novas cirurgias reparadoras no pâncreas e no estômago. O hospital também solicitou doações de sangue para o paciente, que segue sob cuidados intensivos.
Testemunhas relataram que o PM da ROTA estava correndo no momento em que encontrou o policial civil em uma viela. Por isso, os peritos devem esclarecer se a velocidade em que o policial civil se deslocava poderia ter impedido a identificação visual do distintivo. A CNN apurou que para os investigadores, este é ponto central para definir se houve ou não falha no protocolo de abordagem durante a ação.
A reportagem da CNN apurou ainda que o delegado responsável pela investigação cogitou a prisão em flagrante do policial da Rota. Mas, optou por esperar a análise pericial considerando que os detalhes das imagens são cruciais para entender se houve excesso por parte do PM.