Picadas de escorpião podem ser fatais em 3 horas: veja o que fazer
São Paulo registrou em 6 meses quase 25 mil acidentes envolvendo o animal venenoso

São Paulo registrou 24.366 acidentes envolvendo escorpiões até esta quarta-feira (6), segundo dados da Secretaria de Saúde do estado. O número é quase 60% de todos os casos registrados em 2024.
Para o médico Igor Mochiutti, infectologista do Hospital Metropolitano da Lapa, após a picada o local deve ser lavado com água e sabão e uma unidade de saúde deve ser procurada imediatamente. “Cerca de 70% dos óbitos ocorrem nas três primeiras horas após a picada”, alerta Igor.
Veja o que mais deve ser feito após um ataque de escorpião:
As técnicas caseiras não são recomendadas e podem piorar a situação. “Não é recomendado tentar retirar o veneno de nenhuma forma. Também não chupe, não corte a pele, não aplique pomadas, álcool ou qualquer substância no local, e nunca faça torniquetes”, explicou Igor Mochiutti.
“A recomendação é que qualquer pessoa picada procure atendimento médico, mesmo que os sintomas pareçam leves no início”
O médico recomenda, que se possível, deve ser tirada uma foto do escorpião para auxiliar na identificação da espécie. “Isso pode contribuir para uma análise da gravidade do acidente. No entanto, nunca tente capturar o animal vivo, pois isso aumenta o risco de novas picadas", esclarece Mochiutti.
Com relação aos sintomas, o médico explica que eles podem surgir poucos minutos após a picada e indica a necessidade urgente de atendimento médico. Entre os principais sinais de alerta estão:
- Sudorese intensa (suor excessivo)
- Agitação ou confusão mental
- Tremores
- Náuseas e vômitos
- Sialorreia (Salivação excessiva)
- Hipertensão ou Hipotensão (Pressão muito alta ou muito baixa)
- Arritmias (alterações nos batimentos cardíacos)
- Dispneia (Dificuldade para respirar)
- Hipotermia (temperatura corporal baixa)
- Palidez cutânea
O uso do soro antiescorpiônico será indicado conforme a gravidade do caso, sempre por um profissional habilitado.
Grupo de risco
As crianças e os idosos são o grupo de risco. No Brasil, cerca de 60% das mortes por escorpionismo ocorrem em menores de 14 anos. “Crianças têm menor peso corporal e acabam recebendo uma maior concentração do veneno em relação ao tamanho do corpo, o que aumenta significativamente o risco de complicações graves” explica o médico Igor Mochiutti.
Já para os idosos, a idade agrava a situação. “Isso se deve à maior fragilidade física e funcional associada ao envelhecimento, além da presença comum de doenças crônicas, como insuficiência cardíaca, que podem agravar o quadro clínico após a picada” , esclarece Igor.
Medidas de prevenção dentro de casa
- Mantenha os quintais e jardins limpos e organizados
- Evite o acúmulo de entulhos, restos de madeira, lixo doméstico ou pilhas de folhas secas, pois esses materiais oferecem abrigo ideal para os escorpiões
- Evite plantar espécies com folhagem densa, como bananeiras, encostadas em muros e paredes
- Vede frestas em pisos, paredes e rodapés, que podem servir como esconderijo
- Vedar portas e janelas ao anoitecer ajuda a evitar que entrem na residência
- Use sempre calçados fechados ao caminhar em áreas externas
- Utilize luvas ao manusear entulhos, folhas secas ou pedaços de madeira
- Não coloque as mãos diretamente em buracos, sob pedras ou troncos
- Mantenha o lixo doméstico bem fechado e acondicionado corretamente,
- Revise roupas de cama, toalhas e calçados antes de usá-los
- Mantenha camas e berços afastados das paredes
- Evite que lençóis e cobertores encostem no chão
*Sob supervisão de AR.


