Preso que arrastou mulher na Marginal escondeu carro com ajuda de ex-sogro

Motorista deixou vítima ferida na marginal, abandonou o carro em outro bairro e contou com apoio da família para fugir; Tainara deve passar por quarta cirurgia

Renan Fiuza, da CNN Brasil, em São Paulo
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O inquérito que investiga o atropelamento de Tainara Souza Santos descreve uma fuga marcada por frieza, cálculo e tentativa de manipular a narrativa por parte de Douglas Alves da Silva. Documentos mostram que, após arrastar a jovem por mais de um quilômetro e deixá-la caída na marginal, ele iniciou uma operação para desaparecer do local e esconder o veículo usado no crime.

Logo depois de abandonar a vítima, Douglas telefonou para familiares e, horas mais tarde, recebeu orientação de um advogado para esconder o carro “longe da cena”, segundo o próprio interrogatório. Ele seguiu a recomendação e guardou o Golf preto na garagem do ex-sogro, no Itaim Paulista, região próxima a Guarulhos — sem explicar ao familiar o motivo pelo qual precisava deixar o veículo no local.

Depois de ocultar o carro, Douglas deixou a região. O ex-sogro o levou de automóvel até o Jardim Kemel, e de lá ele pegou um carro de aplicativo para um hotel, onde permaneceu escondido em um hotel até ser preso na noite seguinte pela Polícia Civil.

A estratégia, segundo os investigadores, reforça o comportamento calculado do suspeito — que, além de fugir, tentou manipular sua versão ao afirmar falsamente que não conhecia Tainara, embora testemunhas e o próprio amigo Kauan, passageiro no veículo, tenham confirmado que os dois tinham histórico de relacionamento e discutiram por ciúmes momentos antes do atropelamento.

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Estado de saúde da vítima

Enquanto a investigação avança, o quadro clínico de Tainara segue extremamente delicado. De acordo com o advogado da família, ela já passou por três cirurgias desde que deu entrada no hospital e deverá realizar um quarto procedimento para colocação de enxerto devido à extensão das lesões provocadas pelo arrastamento.