Caso Spitzner: Família pede que ex preso por feminicídio não receba herança
Crime aconteceu em 22 de julho de 2018, quando Luis Felipe Manvailer jogou o corpo de Tatiana Spitzner,, já sem vida, do quarto andar de prédio em Guarapuava, no Paraná
A família de Tatiane Spitzner, vítima de feminicídio em 2018, ingressou na Justiça com uma ação de indignidade para impedir que o ex-marido condenado pela morte dela, Luis Felipe Manvailer, tenha direito à herança da vítima. O caso aconteceu em Guarapuava, no Paraná.
Manvailer está preso desde o dia do crime, em 22 de julho de 2018. A prisão aconteceu horas após a ocorrência, quando ele foi pego tentando fugir para o Paraguai. O autor foi condenado pelo Tribunal do Júri, em maio de 2021, a 21 anos, 9 meses e 18 dias de prisão pelos crimes de feminicídio e fraude processual.
O artigo 1.815 do Código Civil, que entrou em vigor em agosto de 2023, prevê a exclusão de herdeiros em caso de indignidade.
De acordo com o advogado da família de Tatiana, Gustavo Scandelari, como as ações foram ajuizadas em 2021, antes do artigo entrar em vigor, a perda da herança não foi automática. Além disso, segundo o advogado, o autor chegou a recorrer pois não queria perder a herança.
Veja quais são os atos de indignidade previstos no código civil:
- Que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
- Que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
- Que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
Em junho de 2025 o caso chegou à última instância, o que significa que a sentença não pode mais ser contestada e sua condenação criminal se tornou definitiva e imutável. Sendo assim, a família da vítima busca que as ações de indenização e cível sejam retomadas.
“A família de Tatiane Spitzner já pediu que elas voltem a tramitar, para que sejam desde logo sentenciadas, com a fixação de valor a título de danos morais a serem arcados por Manvailer, bem como com a declaração de sua indignidade, ou seja, a perda do seu direito de receber a herança de Tatiane”, explicou o advogado Gustavo.
Entretanto, até o momento não houve a decisão do Judiciário a respeito.
A CNN tenta contato com a defesa de Luis Felipe Manvailer, e o espaço segue aberto para manifestações.
Relembre o caso
Tatiane Spitzner tinha 29 anos quando foi encontrada morta em 22 de julho de 2018. A princípio, a ocorrência foi registrada como queda do quarto andar do prédio onde ela morava com o seu marido, no centro-sul do estado do Paraná.
A investigação, no entanto, apurou que o então marido a asfixiou e arremessou o corpo já sem vida da sacada do apartamento, de um altura de 22 metros.
O autor foi preso no mesmo dia tentando fugir para o Paraguai.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo


