"Falando coisas nojentas": Delegada denuncia assédio sexual no Paraná
Titular do Núcleo de Cascavel revelou ter sido vítima de um morador em situação de rua, no centro da cidade

A delegada de Polícia Civil Thaís Zanatta, titular do Núcleo de Cascavel, no Paraná, revelou ter sido vítima de assédio sexual no centro da cidade, na terça-feira (25), por volta das 19h30. A delegada compartilhou que o agressor proferiu "coisas nojentas" de conotação sexual contra ela. O suspeito foi preso.
O incidente ocorreu quando a delegada estava chegando e saindo de uma farmácia em Cascavel. Ela estava vestida com roupa de academia.
A policial utilizou as redes sociais para descrever a abordagem de um indivíduo, que foi posteriormente preso em flagrante por importunação sexual, resistência e ameaça.
Segundo seu relato, o indivíduo, que é uma pessoa em situação de rua, proferiu palavras de conotação sexual referindo-se ao corpo dela, tanto na entrada quanto na saída do estabelecimento.
Na saída, o agressor estava esperando-a na porta e "piorou as palavras", após já ter assediado outra mulher que estava na farmácia.
Abordagem e prisão
Após ser alvo das ofensas, a delegada relata que se dirigiu imediatamente a uma viatura da PM (Polícia Militar) que se encontrava nas proximidades. O indivíduo se aproximou da viatura enquanto ela conversava com as policiais militares.
Neste momento, a delegada, em conjunto com as duas policiais militares, realizou a abordagem do suspeito.
Ela estava de posse de sua arma e auxiliou na ação. No relato, ela conta que ligou para seu noivo, que é delegado de polícia, para dar apoio à equipe.
Uma segunda viatura da Polícia Militar foi acionada para efetuar a condução do indivíduo até a delegacia de polícia, visto que o veículo em que as policiais militares se encontravam não possuía compartimento fechado para o transporte de presos.
O homem inicialmente teria se negado a fornecer sua identificação, que só foi realizada em sede policial após consulta aos bancos de dados, de acordo com a delegada.
O flagrante foi registrado, incluindo os crimes de importunação sexual, resistência e ameaça.
Alerta contra o machismo e silêncio
Em vídeo publicado nas redes sociais, a delegada destacou a importância de denunciar crimes dessa natureza, utilizando seu depoimento para fazer um alerta para as mulheres.
Ela frisou que o machismo ainda é muito recorrente na sociedade e orientou que as mulheres "não se calem" quando forem vítimas de assédio sexual ou moral, e que procurem as autoridades competentes e seus direitos.
A respeito do caso, a CNN Brasil buscou a Polícia Civil do Paraná, mas não obteve retorno até o momento da publicação.
O que diz o Código Penal sobre importunação sexual?
O crime de importunação sexual, que motivou a prisão em flagrante relatada pela delegada em Cascavel, está tipificado no Código Penal Brasileiro, no Título VI, que trata "Dos Crimes contra a Dignidade Sexual".
A importunação sexual é definida no Artigo 215-A. O texto legal define o crime como:
"Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro".
A pena para a prática de importunação sexual é de reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não configurar um crime mais grave.


