Polícia prende grupo que movimentou R$ 500 mi em golpes do falso consórcio

Operação em nove estados cumpriu 45 mandados judiciais, sendo que 33 foram de busca e apreensão com apoio das polícias regionais; 12 pessoas foram presas

Rafael Saldanha, da CNN
A ação acontece simultaneamente nos estados do Amazonas, Pará, Alagoas, Ceará, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina.  • Polícia Civil do Paraná
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A Polícia Civil do Paraná prendeu uma quadrilha, na manhã desta quarta-feira (13), que movimentou cerca de R$ 500 milhões em transações suspeitas em golpes do falso consórcio. A operação acontece simultaneamente nos estados do Amazonas, Pará, Alagoas, Ceará, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina.

Ao todo, foram cumpridos 45 mandados judiciais, sendo que 33 foram de busca e apreensão com apoio das polícias dos estados. Além disso, 12 pessoas foram presas. A operação, que está em sua terceira fase, busca desarticular o braço financeiro do esquema criminoso.

A ação é um desdobramento de uma investigação iniciada em janeiro de 2023. Na época, em Curitiba, quatro pessoas foram presas em flagrante e outras 15 foram conduzidas à delegacia para prestar esclarecimentos. Elas eram suspeitas de participação em um esquema que ofertava a venda facilitada de imóveis e veículos em redes sociais.

Neste esquema, as vítimas eram induzidas a assinar contratos e efetuar pagamentos sem a entrega dos bens. O crime ainda envolvia "call centers" clandestinos, em que colaboradores cooptavam as vítimas.

Após o contato, as vítimas eram convidadas a comparecer ao escritório para assinatura de contratos e realização de pagamentos para adquirir um bem ou financiar uma compra.

“Em algumas situações, a assinatura e os repasses eram intermediados por funcionários treinados que atuavam sob rigorosa orientação, com metas de captação de novos clientes e comissionamentos que giravam em torno de 1% dos valores das operações”, explica o delegado Tiago Dantas, responsável pelo inquérito policial.

A investigação apontou que o grupo contava com, ao menos, cinco empresas de fachada, sistemas digitais e grupos de mensagens, estendendo-se a diversos estados com ramificações confirmadas no Paraná, Amazonas, Ceará, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Após um período, a quadrilha encerrava as atividades no local, deixando as vítimas sem contato, dinheiro ou bens prometidos.

Em março de 2024, a Polícia Civil paranaense deflagrou a segunda fase da operação nos estados do Amazonas e Tocantins. Na ocasião, cinco pessoas foram presas e celulares, computador e documentos foram apreendidos, permitindo a identificação de um homem e uma mulher, que são os líderes da organização criminosa.

Veja em quais cidades as ordens judiciais foram cumpridas na ação desta quarta (13):

  • Manaus (AM);
  • Belém, Santarém e Ananindeua (PA);
  • Maceió e Marechal Deodoro (AL);
  • Itabaiana, Lagarto e Aracaju (SE);
  • Salvador (BA);
  • Fortaleza e Eusébio (CE);
  • Belo Horizonte (MG);
  • São Paulo, Campinas e Diadema (SP);
  • Florianópolis (SC).