Queda de balão em SC: veja o que disse piloto durante depoimento

Trágico acidente de balão em Praia Grande, no sul de Santa Catarina, causou a morte de oito pessoas

Beto Souza e Carolina Figueiredo, da CNN
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O trágico acidente de balão em Praia Grande, no sul de Santa Catarina, no último sábado (21), causou a morte de oito pessoas e deixou treze sobreviventes, incluindo o piloto.

A CNN teve acesso ao depoimento do piloto Elves de Bem Crescêncio à Polícia Civil de Santa Catarina.

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O piloto relatou que, após cerca de dois a três minutos de voo, sentiu um cheiro de queimado no cesto. Ao verificar, notou o início de um incêndio na capa do tanque de gás, com uma chama.

O incidente teria começado com um maçarico auxiliar que estava dentro do cesto, usado para iniciar a chama principal do balão. O piloto afirmou que não havia utilizado o maçarico, sugerindo que ele pode ter caído de sua mala de voo e sido acionado, mas não conseguia garantir que era essa a ignição.

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Dinâmica do acidente

Diante do incêndio, o piloto tentou apagar as chamas com o pé e, em seguida, com um extintor de incêndio, que não funcionou. Ele também tentou, sem sucesso, remover o tanque em chamas do cesto, descrevendo que o fogo estava preso na cinta inferior do tanque, o que o impedia de ser retirado.

Com o fogo se alastrando rapidamente e tornando o cockpit insuportavelmente quente, o piloto tomou a decisão de iniciar uma descida de emergência.

Ao se aproximar do solo, o piloto deu a ordem para que os passageiros pulassem do balão. Treze pessoas, incluindo o próprio piloto, conseguiram saltar. Contudo, com a diminuição do peso, o balão voltou a subir abruptamente. As chamas aumentaram, atingiram a boca do balão, e o cesto se desprendeu do envelope. Isso resultou na queda fatal das oito pessoas que não conseguiram sair a tempo.

O piloto, com três anos e meio e cerca de 700 horas de voo, tentou prestar os primeiros socorros à primeira vítima que encontrou, que já estava sem vida.

A empresa responsável, Sobrevoar Serviços Turísticos, declarou que cumpre todas as normas da ANAC e não tinha registros de acidentes anteriores, suspendendo todas as operações. O balão tinha apenas seis meses de uso.

A Polícia Civil e a Polícia Científica de Santa Catarina estão investigando as causas exatas do acidente, com o inquérito previsto para ser concluído em até 30 dias.