Após incêndio em área de usina, maior preocupação é com o resfriamento do reator
Se o resfriamento parar, um colapso pode acontecer em algumas horas ou dias, dependendo da radioatividade do reator, diz especialista


Após o ataque russo que provocou um incêndio na área da usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, o maior temor é de que o calor gerado pelo fogo possa romper a estrutura de contenção do reator. A opinião é do especialista em armas nucleares Jeffrey Lewis, que falou à CNN nesta sexta-feira (4).
Até agora, as condições de monitoramento de radiação, que foram atualizadas algumas horas depois do início do incêndio, parecem “normais”, de acordo com Lewis, diretor do Programa de Não Proliferação do Leste Asiático no Centro James Martin para Estudos de Não Proliferação.
Ele explica que, perto da usina, há detectores de radiação “em todos os lugares”, que podem detectar qualquer pico de radiação. “Os reatores são grandes estruturas de concreto seladas. Eles não devem pegar fogo.”
James Acton, codiretor do Programa de Política Nuclear do Carnegie Endowment for International Peace, disse que a maior preocupação é saber se o incêndio interrompeu os sistemas de resfriamento do reator. Se eles não puderem se resfriar, o combustível interno pode superaquecer e derreter.
“Tenho certeza de que o reator foi desligado. Mas o combustível dentro dele ainda é radioativo e ainda precisa ser resfriado. Você deve manter o reator frio enquanto o combustível estiver dentro. O reator deve ser mantido continuamente frio”, acrescentou.
Se o resfriamento parar, um colapso pode acontecer em algumas horas ou dias, dependendo da radioatividade do reator, diz o especialista