Acordos da Lava Jato somam R$ 3,9 bilhões recuperados pelo STF

Esquema gerou prejuízo de bilhões de reais a Petrobras, segundo órgãos de controle

Davi Vittorazzi, da CNN, Brasília
Julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro começa no STF na próxima terça-feira (2)  • Gustavo Moreno/STF
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A aplicação de multas e perdimento dos acordos de colaboração premiada relacionado a Operação Lava Jato soma R$ 3,9 bilhões, até esta terça-feira (23), segundo um painel de execução lançado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Os processos na Corte envolvendo a operação estão sob relatoria do ministro Edson Fachin, que vai assumir a presidência do Supremo na próxima semana.

Segundo o levantamento, dos R$ 3,9 bilhões acordados a título de multa e perdimento, já foram recolhidos para os cofres públicos mais de R$ 2,9 bilhões.

Os valores são encaminhados a 59 entidades públicas e organizações para reparar os prejuízos sofridos pelo Estado.

O painel mostra que os processos têm 172 colaboradores que firmaram acordos. Desse número, 152 aceitaram pagar multa ou devolver bens e valores obtidos ilicitamente.

Fachin herdou os processos como relator por sorteio realizado em fevereiro de 2017, após o falecimento do relator originário, ministro Teori Zavascki, em janeiro do mesmo ano, em acidente no Rio de Janeiro.

Também integram o painel as colaborações homologadas pela ministra Cármen Lúcia, então na presidência da Corte, no período em que a nova relatoria ainda não havia sido preenchida.

Esquema causou prejuízo bilionário

O esquema da Lava Jato, revelado por investigações do Ministério Público Federal do Paraná, gerou prejuízos bilionários sofridos pela Petrobras.

Segundo estimativa da própria estatal, foram perdidos cerca de R$ 6,2 bilhões. Já o TCU (Tribunal de Contas da União) fez levantamento de prejuízo de R$ 29 bilhões desde 2002.

Considerada a maior investigação sobre corrupção realizada no Brasil, a Lava Jato foi iniciada em 2014 e teve 79 fases.

A força-tarefa cumpriu mais de 1.000 mandados de busca e apreensão, prisão temporária, prisão preventiva e condução coercitiva, e descobriu um megaesquema de corrupção na Petrobras envolvendo políticos de diferentes partidos e outras empresas públicas e privadas.

O nome Lava Jato foi escolhido porque um dos locais que movimentava dinheiro de origem ilegal era um posto de combustíveis e lava a jato de veículos em Brasília.