Ala do PL defende Jair Bolsonaro fora da anistia
Apuração da analista de Política Julliana Lopes, no CNN Arena, revela que grupo dentro do partido acredita que a não inclusão de Bolsonaro em eventual anistia pode facilitar a aprovação do projeto para beneficiar condenados pelos atos
Uma ala do Partido Liberal (PL) defende que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não seja incluído em uma possível anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. A movimentação ocorre após o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), sinalizar que construirá um texto que não beneficiará Bolsonaro. A apuração é de Julliana Lopes no CNN Arena.
O posicionamento deste grupo do PL é visto como uma tentativa de destravar a proposta em um momento sensível, que coincide com o julgamento do primeiro núcleo envolvido na trama golpista. O entendimento é que, para conseguir aliviar a situação dos condenados, seria necessário convencer Bolsonaro a abrir mão do benefício.
Embora Bolsonaro tenha anteriormente sinalizado que não precisaria ser contemplado pela anistia, seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), tem realizado um intenso trabalho de articulação no exterior. Em uma carta ao governo americano, a anistia foi apresentada como fundamental para pacificar o país e remover sanções impostas pelos Estados Unidos.
Integrantes do PL avaliam que, enquanto convencer Bolsonaro pode ser possível, persuadir Eduardo Bolsonaro a recuar de sua articulação internacional seria um desafio maior. Conversas reveladas por investigações mostram discussões entre pai e filho sobre o tema.
As articulações em torno da anistia continuam ocorrendo em reuniões noturnas entre integrantes do Centrão, com a participação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O movimento é acompanhado com atenção pelo governo, enquanto a ala do PL mantém a posição de que o projeto precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional, mesmo sem contemplar Bolsonaro.


