Análise: Hugo sofre derrota dupla com decisões sobre Glauber e Zambelli

Parlamentares não tiveram mandatos cassados após união incomum entre esquerda e direita no plenário, em reação às decisões consideradas unilaterais do presidente da Câmara

Da CNN Brasil
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, sofreu uma derrota dupla na noite de quarta-feira (10) ao não conseguir aprovar a cassação dos mandatos dos deputados Glauber Braga (PSOL-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP).

Contrariando todos os prognósticos, uma vez que a cassação de ambos era dada como certa, a tentativa de Motta de limpar a pauta ideológica e dar um exemplo institucional fracassou após uma articulação nos bastidores entre parlamentares de diferentes espectros políticos. A análise é do âncora da CNN Gustavo Uribe.

"A decisão abrupta de Hugo Motta de marcar a votação das duas cassações levou a uma união incomum [entre políticos de esquerda e de direita], com o objetivo de dar um alerta ao presidente da Câmara dos Deputados", afirmou Uribe.

No plenário, um acordo foi costurado nos bastidores à revelia de Hugo Motta: a direita aceitou votar em uma pena mais branda para Glauber Braga, que acabou recebendo apenas suspensão de seis meses, enquanto a esquerda não se mobilizou em peso para cassar Zambelli, que obteve menos votos do que o necessário para perder o mandato.

Reação à falta de diálogo

O resultado foi comemorado tanto por parlamentares da direita quanto da esquerda, não exatamente pelo desfecho final, mas por terem conseguido driblar as intenções de Hugo Motta.

A avaliação predominante entre os deputados é de que o presidente da Câmara tem tomado decisões sem diálogo e com falta de transparência, especialmente em relação à pauta legislativa.

Motta, por sua vez, negou qualquer falta de diálogo e declarou com exclusividade ao Bastidores CNN que é prerrogativa dele definir a pauta da Câmara dos Deputados, sem necessidade de consultar chefes de outros Poderes.

Impacto político

As cassações eram dadas como certas até a semana passada. No caso de Glauber Braga, o deputado havia descumprido o regimento interno ao sentar na cadeira de Hugo Motta, em um ato que muitos consideraram ter sepultado sua carreira política. Já Zambelli, que está presa, era vista como impossibilitada de retornar ao mandato.

O episódio pode ter consequências para o futuro político de Hugo Motta. Segundo informações dos bastidores, nem Lula nem Bolsonaro, diante das últimas decisões do presidente da Câmara, avaliam apoiá-lo caso ele tente uma reeleição ao comando da Casa Legislativa em 2027.

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