Análise: Jorge Messias está no fogo cruzado entre Senado e governo
Davi Alcolumbre acusa governo de tentar interferir no processo de aprovação, enquanto ministros do STF demonstram insatisfação com condução do Senado
A indicação de Jorge Messias ao STF (Supremo Tribunal Federal) enfrenta um momento de tensão crescente entre o Senado Federal e o governo, após manifestações públicas de ambos os lados neste domingo (30). Segundo análise de Iuri Pitta, no CNN Prime Time, Messias fica no meio de um fogo cruzado após as notas.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), divulgou uma nota acusando o governo de tentar interferir no processo de aprovação de Messias. Em resposta, a ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, afirmou que o governo jamais consideraria “rebaixar a relação institucional com o presidente do Senado a qualquer espécie de fisiologismo ou negociações de cargos e emendas”.
Fisiologismo em debate
As duas partes trocam acusações veladas de fisiologismo. Enquanto Alcolumbre se defende de supostas negociações de cargos para facilitar a aprovação do nome, aliados do senador apontam que o Palácio do Planalto busca ganhar tempo para viabilizar apoios por meio de negociações políticas.
A votação, que é secreta, requer um mínimo de 41 votos favoráveis para aprovação. Nos bastidores, existe uma percepção de que, apesar das tensões, senadores podem hesitar em se opor ao futuro ministro do STF, especialmente considerando que outros membros da Corte já demonstraram insatisfação com a condução do processo pelo Senado.
Vale ressaltar que, desde o século XIX, o Senado Federal mantém uma tradição de não rejeitar indicações presidenciais para o STF. No entanto, o atual cenário político tem transformado o que deveria ser um processo corriqueiro em mais um capítulo de disputa entre os Poderes.