Análise: Lula não está disposto a aceitar dissidência em 2026
A analista de política Clarissa Oliveira avaliou no Bastidores CNN, a reunião ministerial de terça-feira (26) em Brasília. Durante o encontro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou apoio dos ministros do Centrão em suas bases eleitorais
Em reunião ministerial realizada na última terça-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou firmeza ao cobrar fidelidade dos ministros do Centrão, especialmente em relação ao apoio em suas bases eleitorais. O encontro, que mais se assemelhou a um comitê de campanha do que uma reunião administrativa, evidenciou a preocupação com o cenário eleitoral de 2026. A análise é de Clarissa Oliveira no Bastidores CNN.
O tom do discurso foi particularmente incisivo quanto à necessidade de engajamento dos ministros em seus estados de origem. A mensagem foi clara: aqueles que não estiverem dispostos a defender o governo federal em suas bases podem deixar seus cargos. Esta postura marca uma mudança significativa na relação com partidos do centro, que atualmente ocupam ministérios mas nem sempre garantem apoio nas votações no Congresso.
A situação é especialmente delicada considerando que algumas legendas do Centrão demonstram aproximação com outros possíveis candidatos, como Tarcísio de Freitas. No entanto, nem todos os ministros são alvos diretos dessa cobrança. Silvio Costa Filho, por exemplo, construiu uma relação sólida com o governo e mantém uma base eleitoral tradicionalmente alinhada com as propostas apresentadas.
O cenário político evidencia que, se por um lado houve tolerância com divergências em votações legislativas, o mesmo não se aplicará quando o assunto for a campanha eleitoral.